Alexandra Lucas Coelho escritora premiada.
Alexandra Lucas Coelho mulher de coragem.
Alexandra Lucas Coelho alvo de ataque do Sec. Est. da "Cultura".
Alexandra Lucas Coelho cativou um lugar no coração dos portugueses.
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Perante as
criticas de Alexandra Lucas Coelho a Cavaco Silva e ao governo PSD/CDS-PP, que
acusou de mandar embora os portugueses como se fosse “senhor da casa”, Jorge
Barreto Xavier hostilizou a escritora, afirmando que a mesma deveria “estar
grata por estarmos em democracia” e por poder dizer o que disse e que deveria
agradecer ao governo pelo prémio que estava a receber.
“Referia-se
ele, assim, a um prémio com décadas de existência; atribuído a alguns dos mais
extraordinários escritores de língua portuguesa; cujo montante em dinheiro
resulta de vários patrocínios, sendo que os públicos resultam do dinheiro dos
contribuintes; e que tem atravessado os mais variados governos, sem que nunca,
que me recorde, algum governante o tenha tentado instrumentalizar”, refere
Alexandra Lucas Coelho na sua nota.
“Foi a mais
escancarada confusão de Estado com Governo que já presenciei, para além do tom
chantagista ao nível de jardim de infância das ditaduras. E, apesar dos apupos,
de quem lhe gritava da plateia 'Mentira!' e 'O Estado somos nós!', o SEC
insistia”, sublinha a escritora.O Secretário
de Estado da Cultura declarou ainda que durante anos os portugueses se
endividaram acima das suas possibilidades e que, ao contrário do que Alexandra
Lucas Coelho disse, “ninguém saíra de Portugal por incentivo deste governo”.
No final da
cerimónia, Jorge Barreto Xavier dirigiu-se ainda à escritora, “visivelmente
irritado”, acusando-a de ter sido “primária”.
O
Esquerda.net transcreve, na íntegra, a nota de Alexandra Lucas Coelho,
publicada na sua página de facebook:
“Não há
gravações do que se passou durante a entrega do Grande Prémio de Romance e
Novela da APE, na sala 2 da Fundação Gulbenkian, a 7 de Abril. Havia
jornalistas presentes mas não em trabalho, a tomar notas. Por isso não há forma
de citar “ipsis verbis” o que disse o Secretário de Estado da Cultura (SEC),
Jorge Barreto Xavier. Mas há algumas dezenas de testemunhas que podem
acrescentar ou corrigir o que vou tentar resumir agora aqui, por tudo se ter
passado numa cerimónia pública.
Sendo este
prémio tradicionalmente entregue pelo Presidente da República, decidiu o actual
presidente, Cavaco Silva, à semelhança de anos anteriores, fazer-se
representar. Neste caso, pelo seu Consultor para Assuntos Culturais, Diogo
Pires Aurélio. Isto era o que eu sabia quando escrevi o discurso para a
ocasião.
Já no átrio
da Gulbenkian, perto da hora marcada, 18h, a APE comunicou-me que a cerimónia
estava um pouco atrasada porque esperavam o Secretário de Estado da Cultura.
Quando
Barreto Xavier chegou e entrámos todos para a sala, o protocolo sentou-o ao
centro da mesa, junto a Diogo Pires Aurélio. Nas pontas, Gulbenkian
(representada por Rui Vieira Nery), APE (José Manuel Mendes, José Correia
Tavares), júri (representado por Isabel Cristina Rodrigues) e eu. Vieira Nery
abriu, sucintamente; seguiram-se discursos da APE; Isabel Cristina Rodrigues
leu o texto em que o júri justifica a atribuição do prémio a "E a Noite
Roda". Diogo Pires Aurélio e eu levantámo-nos para que ele me entregasse o
sobrescrito do prémio, um minuto de formalidade, sem palavras, para a
fotografia. Chegou a minha vez de discursar, li as páginas que trazia. No fim,
houve uma ovação de pé. Digo isto para dar conta da atmosfera que os
representantes do poder político tinham diante de si.
A APE
convidou então o SEC a intervir. Ele escolheu falar sentado, sem se deslocar ao
púlpito. Uma das coisas que disse, na parte, digamos, cultural da intervenção,
foi que eu bem podia declarar que não fazia ficção porque claro que fazia
ficção porque é isso que um escritor faz, ficção. Foi o primeiro arroubo
dirigista, que nos devia ter preparado para o que aí vinha.
Na parte,
digamos, política, destaco quatro coisas: o SEC disse que eu devia estar grata
por estarmos em democracia e eu poder dizer o que dissera; que durante anos os
portugueses se tinham endividado acima das suas possibilidades; que, ao
contrário do que eu dissera, ninguém saíra de Portugal por incentivo deste
governo; e, sobretudo, que eu tinha dito que não devia nada a este governo mas
que isso não era verdade porque este governo também subsidiava o prémio.
Foi a mais
escancarada confusão de Estado com Governo que já presenciei, para além do tom
chantagista ao nível de jardim de infância das ditaduras. E, apesar dos apupos,
de quem lhe gritava da plateia "Mentira!" e "O Estado somos
nós!", o SEC insistia.
Referia-se
ele, assim, a um prémio com décadas de existência; atribuído a alguns dos mais
extraordinários escritores de língua portuguesa; cujo montante em dinheiro
resulta de vários patrocínios, sendo que os públicos resultam do dinheiro dos
contribuintes; e que tem atravessado os mais variados governos, sem que nunca,
que me recorde, algum governante o tenha tentado instrumentalizar. Foi a mais
escancarada confusão de Estado com Governo que já presenciei, para além do tom
chantagista ao nível de jardim de infância das ditaduras. E, apesar dos apupos,
de quem lhe gritava da plateia "Mentira!" e "O Estado somos
nós!", o SEC insistia.
Como cabe ao
Presidente da República, ou seu representante, encerrar a cerimónia, a APE
instou Diogo Pires Aurélio a falar. O representante do Presidente da República
declinou e encerrou a sessão. No fim, cumprimentou cordatamente todos os
presentes na mesa e retirou-se.
Já Barreto
Xavier, aproximou-se de mim na confusão da retirada. Julguei que se vinha
despedir, depois de dizer o que tinha a dizer. Nada disso. Queria dizer-me,
visivelmente irritado, que o que eu fizera tinha sido de um grande
"primarismo". Respondi-lhe que então devia ter dito isso mesmo ao
microfone, que eu já dissera o que tinha a dizer e não lhe ia dizer mais nada.
Fui andando, para contornar a mesa e acabar com a cena, mas o SEC insistia: que
eu tinha sido “primária”.
O
"Público" pediu-me o discurso para publicar online na tarde do dia 8.
Quatro horas depois, 89 mil pessoas tinham lido o texto. Ontem, o post no FB do
"Público" tinha sido visto por 170 mil. Obrigada a todos pela
partilha”.
1 comentário:
estes senhores do desgoverno so conhecem uma cultura em especial o ladrào do cavaco silva,é a cultura do euro,gentinha sem escrupulos que lida com um povo inculto,mas que vai ser obrigado a despertar ,porque esta gente sào prepotensos ao poder,se nào reagirmos destruirào portugal,pena de morte pra esta gente que nos desgoverna,fascismo nunca mais,sejamos dignos de ser portugal
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