.
Recentemente, no Facebook, um ilustre capitão de Abril que esteve na origem
do Movimento Não Apaguem a Memória, DC, talvez por ter perdido a memória,
disse num comentário a um artigo de Mário de Carvalho, no Facebook, no dia 10 de Julho, o seguinte:
"... Estive no lançamento do MNAM [Movimento Não Apaguem a Memória] em
5 Out 2005...(fui a tribunal como o João Almeida, fomos absolvidos)
etc...até o Raimundo ter
aparecido com 40 pessoas escolhidas por ele e pelo seu recente PS, numa
Assembleia Geral do NAM ,nas instalações da A25A...e ele ter sido eleito
presidente até hoje."
Sou amigo deste distinto capitão de Abril e um dos elementos que está na origem
do NAM e acredito que julga estar a dizer verdades verdadeiras.
Vamos então ao factos.
As primeiras eleições para os órgãos sociais do NAM, com a natureza jurídica de
associação, realizaram-se em 17 de Maio de 2008, numa Assembleia Geral
convocada para o efeito, com a devida antecedência, na Rua da Emenda, nº
107 (ao Chiado, em Lisboa e não nas instalações da A25A).
Após prévio anúncio e aberto o período para a apresentação de candidaturas
surgiu apenas uma lista candidata.
Manifestação de ex-presos políticos do Aljube, promovida pelo Artur Pinto em representação do NAM, no Aljube, em 1/7/2006, para exigir a sua transformação em museu o que foi conseguido e veio da ser inaugurado pelo presidente da CML, Fernando Medina, em 25 de Abril de 2015 .
____________
A eleição com voto secreto decorreu de modo presencial, em urna, na
referida assembleia geral, entre as 10 e as 18 horas e através de voto por
correspondência para o apartado anunciado, até ao dia 16 de Maio, de forma
secreta, com o boletim de voto previamente enviado dentro de envelope fechado
dentro de outro envelope com o nome do eleitor e fotocópia do BI. A comissão
eleitoral levantou a correspondência do apartado, e na presença dos sócios
presentes na AG abriu os envelopes confirmou identidades e colocou na urna o
envelope fechado que vinha no seu interior com o boletim de voto.
A contagem final dos votos foi pública, nessa AG e verificaram-se 198 votos
favoráveis, 10 votos brancos e 23 nulos por não respeitaram as regras que garantiam o secretismo do voto, como indicado.
Portanto, seguramente por falta de memória, não se confirma o que o meu
ilustre amigo capitão de Abril, referiu aqui:
https://www.facebook.com/mariodecarvalho.escritorpagina/posts/1833931763413073 no 16º comentário :
https://www.facebook.com/mariodecarvalho.escritorpagina/posts/1833931763413073 no 16º comentário :
"...o Raimundo ter aparecido
com 40 pessoas escolhidas por ele e pelo seu recente PS, numa Assembleia Geral
do NAM, nas instalações da A25A... e ele ter sido eleito presidente até
hoje."
Ora este " hoje" é o dia 10 de Julho de 2020 e o tal Raimundo foi
presidente do NAM em dois mandatos de 2 anos cada, de 2008 a 2012 e mais tarde
no mandato de 2014 a 2016, o que é, parece-me... manifestamente diferente de
ter sido presidente de 2008 até hoje 16/07/2020. De 2014 a 2016 foi Helena Pato, a presidente da direcção, com um mandato brilhantíssimo. Actualmente é presidente da direcção Fernando Cardeira que está a ter o seu mandato sabotado por esse vírus traiçoeiro que anda por aí escondido.
Por outro lado não se tratava de uma lista de gente do PS. Membros do PS
seriam talvez 2, admito eu, na lista de 13 nomes.
Anexos: 1) Lista proposta e seus
avalistas:
Corpos Sociais da Associação
Movimento Cívico Não Apaguem a
Memoria!
Direcção
|
Assembleia Geral
|
Presidente
– Raimundo Narciso
|
Presidente
– Isabel Patrício
|
Vice-Presidente
– Lúcia Ezaguy Simões
|
Secretário
– Rui Miguel Lage Ferreira
|
Secretário
– Jorge Martins
|
Secretário
– João Caixinhas
|
Tesoureira
– Joana Lopes
|
Conselho Fiscal
|
Vogal
– Diana Andringa
|
Presidente
– Sérgio Parreira de Campos
|
Vogal
– Irene Pimentel
|
Vice-Presidente
– Joaquim de Oliveira Soares
|
Vogal
– Manuela Braz Almeida
|
Secretário
– José Hipólito dos Santos
|
Sócios Subscritores
Alfredo
Ladeira Caldeira
|
Maria Antónia A S Palla e Carmo
|
António
Duarte Arnaut
|
Maria
do Céu Guerra Oliveira e Silva
|
António
José C Baptista Lopes
|
Maria
Emília Almeida Neves
|
António Maria Sousa Almeida
|
Maria
Helena Dias Carneiro
|
Aquilino Ribeiro Machado
|
Maria
Helena Mendonça da Silva
|
Armando
Batista Bastos
|
Maria Helena Reis Cabeçadas
|
Artur
Eduardo Pires Alexandre Pinto
|
Maria
João A Gerardo A Pinto
|
Edmundo
Pedro
|
Maria José F Matias Belbut
|
Eugénio
M. Bilstein de M de Sequeira
|
Maria
Júlia P.O. B de Matos Silva
|
Eurico
José Marques dos Reis
|
Maria Lucília da Liberdade M Santos
|
Fernando
Adalberto V de Matos Silva
|
Maria Luísa Corte-Real M Nogueira
|
Fernando
José Mendes Rosas
|
Maria
Manuela C. A. Trancoso
|
Helena
Catarina Silva Lebre Elias
|
Maria
Manuela Paiva F Tavares
|
Iva
Humberta de Andrade Delgado
|
Nelson
Manuel G Durão de Matos
|
José
Luís Saldanha Sanches
|
Nuno
Teotónio Pereira
|
José
Manuel da Silva Dias
|
Pedro
Bacelar de Vasconcelos
|
José
Manuel M C.M. Tengarrinha
|
Rui
Flunser Pimentel
|
José
Manuel Sequeira Louza
|
Rui
Manuel Bebiano de Nascimento
|
José
Manuel Serra Picão de Abreu
|
Rui
Nogueira L. Alarcão e Silva
|
José
Paulo de A da Silva Graça
|
Rui
Silva Veiga Pinto
|
José
Vera Jardim
|
Sara
Barros Queiroz Amâncio
|
Júlia
Alberta de A M Mendes Valério
|
Teresa
Amado
|
Luís
Manuel do Carmo Farinha
|
Teresa Maria de Freitas M Spranger
|
Manuel
Serra
|
_____________________________________
Homenagem, organizado pelo NAM, em 14/01/2012, aos participantes no assalto ao quartel de Beja, pelo seu 50º aniversário. Intervenção de Eugénia Varela Gomes (Link)
Anexo 2)
Programa eleitoral (2008-2010)
Preâmbulo
Criado em 2005, o Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! marcou presença
desde então na sociedade portuguesa, cresceu e consolidou-se.
Não foi por acaso. O movimento veio indiscutivelmente responder a um anseio
de muitos portugueses que não se conformavam com a tendência para o
branqueamento de meio século de ditadura. Por não ser partidário, o movimento
foi capaz de chamar a si activistas e apoiantes de diversos quadrantes
políticos, conseguindo congregar inúmeras pessoas em torno de uma causa
nacional.
A organização pouco estruturada deste movimento, baseada em pequenos grupos
de trabalho e em plenários regulares, revelou-se adequada, nesta primeira fase.
A informalidade no modo de organização e de funcionamento com o passar do tempo
começou, todavia, a evidenciar as suas limitações. Importantes acções ligadas
aos locais simbólicos da resistência à ditadura como a sede da ex-PIDE e a
cadeia do Aljube ou a petição à Assembleia da República foram iniciadas mas a
fluidez do movimento foi um obstáculo à sua continuidade. Foi difícil também a
expansão do movimento a nível nacional através da criação de núcleos
locais/regionais, indispensável para o seu fortalecimento e para ampliar o
número de apoiantes. Ao cabo de 3 anos apenas um núcleo foi criado, no Porto.
Após um amplo, participado e aprofundado debate, ocorrido entre Setembro de
2007 e Março de 2008, sucessivos plenários aprovaram por larga maioria a
transformação do movimento em associação e aprovaram os seus estatutos.
A Lista A que agora se candidata às primeiras eleições
para os corpos sociais dará continuidade ao trabalho desenvolvido pelo
movimento e preservará o que de melhor nele se revelou. Apoiará os grupos de
trabalho existentes e estimulará a criação de outros, submetidos naturalmente a
regras mas dotados da máxima autonomia, geradora de criatividade, entusiasmo e
responsabilidade.
Desenvolverá a cooperação com organizações nacionais e internacionais que
prossigam objectivos similares. Focalizará os seus esforços nas gerações mais
jovens, desenvolvendo acções de cunho cultural e pedagógico para o que
procurará a cooperação de escolas e do poder local.
A associação parte de uma base financeira, material e logística
praticamente nula. Estamos convencidos, no entanto, que conseguiremos os meios
necessários para atingir fins tão mobilizadores como aqueles que nos propomos
Objectivos e actividades associadas
Dando continuidade aos fins consignados na Carta do Movimento, a
associação tem por objecto a salvaguarda, investigação e divulgação da memória
da resistência à ditadura e da liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974.
Assim propomo-nos:
1. Exigir do Estado português o cumprimento do Dever de Memória:
1.1. Insistir no sentido da aprovação da resolução parlamentar originada
pela petição do NAM.
1.2. Procurar que a AR aprove futuramente uma Lei da Memória.
2. Promover a criação do Museu da Resistência
e da Liberdade na antiga prisão do Aljube:
2.1. Insistir junto do Governo para que as instalações da antiga cadeia do
Aljube se transformem em local da memória.
2.2. Elaborar um projecto que viabilize a criação do museu, de forma
progressiva, com o aproveitamento, numa primeira fase, de espaços para a
divulgação desta memória, através de eventos artísticos, literários e outros
afins.
2.3. Recolher/compilar materiais, documentais ou outros, de interesse sobre
o tema.
3 Criar uma rede de núcleos museológicos e criar um memorial às vítimas da
PIDE:
3.1. Relativamente às instalações da ex-PIDE em Lisboa:3.1.1. Reatar
as negociações com a Câmara Municipal de Lisboa e com o promotor imobiliário
para a cedência de um espaço no local para instalação do núcleo.
3.1.2. Promover a elaboração do projecto arquitectónico e museológico para
ocupação do espaço.
3.2 Relativamente ao memorial:3.2.1. Reatar as
negociações com a C. M. de Lisboa para que o monumento, pelo seu simbolismo e carga
histórica, seja localizado na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, onde no dia
25 de Abril de 1974 caíram, sob o fogo dos agentes da polícia política, as
derradeiras vítimas da PIDE.
3.2.2. Organizar uma subscrição pública para financiamento do projecto de
edificação.
3.3. Promover ou colaborar em iniciativas tendentes à
preservação da memória relacionadas com outros símbolos maiores da repressão e
tortura como foram as prisões de Peniche e Caxias ou a sede da PIDE no Porto.
4. Construir roteiros da resistência e da liberdade
4.1. Construir o roteiro virtual da memória, a nível nacional.
4.2. Elaborar o roteiro da memória da resistência e da liberdade da cidade
de Lisboa e de outros locais.
4.3. Desenvolver parcerias com instituições públicas e privadas para a
elaboração de roteiros locais.
5. Promover um conhecimento mais amplo da história contemporânea, em
particular do período do Estado Novo.
5.1. Assinar protocolos com centros de investigação de História
Contemporânea e instituições congéneres e afins para promover estudos sobre o
Estado Novo.
5.2. Estabelecer contactos e parcerias com instituições estrangeiras afins,
privilegiando a Espanha, Cabo Verde (Tarrafal) e Angola (prisões políticas do
colonialismo).
5.3. Produzir materiais didácticos, preferencialmente em suporte
informático em colaboração com as escolas.
6. Divulgar a memória da resistência
6.1. Organizar conferências e colóquios para divulgar temas relacionados
com a Memória da luta pela liberdade e a democracia (como, por ex. um Congresso
Internacional sobre a Tortura e/ou sobre Fascismos).
6.2. Colaborar na organização do Colóquio Internacional sobre os Campos de
Concentração, a realizar em Cabo Verde.
6.3. Organizar comemorações de efemérides (Desfile do 25 de Abril; 5 de
Outubro e outras).
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Este anexo está publicado aqui: