2005/10/17

Portugal em vias de perder a colecção Berardo

O celeiro 1994 Paula Rego
Por burocracia, sonolência governamental, inépcia, filosofia de deixa andar e logo se vê, a importante colecção de arte que Joe Berardo tem vindo a adquirir está em vias de ir parar a França.

Portugal não consegue (desde há cinco anos!) arranjar um local para ela. A França que não é parva já lhe ofereceu duas soluções e as insígnias de Chevalier de la Légion d'Honneur (ver post no puxapalavra)

Na colecção Berardo há muitos exemplares da pintura portuguesa do século XX alguns dos quais se podem ver abaixo.
Nadir Afonso

Maria José Aguiar-Colecção Berardo

Nasceu em Barcelos em 1948. Curso de Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde leccionou. Em 1987 recebeu o 3º Prémio Amadeo de Souza Cardoso, Casa de Serralves, Porto.

Luís Noronha da Costa

Nasceu em Lisboa em 1942. Licenciou-se em arquitectura e repartiu a sua criatividade e experimentação pela pintura e o cinema. Teve a sua primeira exposição individual na Galeria Quadrante em Lisboa nos anos 60, e expôs em muitos países da Europa e no Brasil.

��Robert Delaunay

helena almeida
fernando calhau

Carlos Calvet na Colecção Berardo

Carlos Calvet N:1928 em Lisboa.


Exposições colectivas no estrangeiro – (selecção): 1967 Bienal de S. Paulo, Bienal de Tóquio, 1970 Twenty Artists from Portugal, The Hudsun River Museum, USA, 1976 Arte Portoghese Contemporanea, Roma, 1984 “Surréalisme péripherique, Montréal. Exposições colectivas em Portugal (selecção): 1947-53 Gerais de Artes Plásticas 1949 Surrealistas, 1957 e 1961 Fundação Gulbenkian, 1972 Expo AICA, SNBA, 1982 História Trágico Marítima, SNBA, Lisboa.

Amadeu Sousa Cardoso-Colecção Berardo

Álvaro Lapa- Colecção Berardo


Pintor, poeta, e escritor, nasceu em Évora em 1939 e vive no Porto. Em 1956-60 frequenta a Faculdade de Direito e a de Letras, em Lisboa. Em 1962 começa a pintar e a dar aulas no ensino técnico, vindo a ser expulso da função pública, e só é reintegrado em 1976. Em 1962 conhece Areal. Expõe pela primeira vez em 1964... Em 1977 publica o livro “Raso como o chão”. Pintura e escrita são indissociáveis no trabalho de Lapa... Trabalho introspectivo e de conhecimento, a sua pintura é um território onde se cruzam diferentes domínios de criação – o filosófico, o literário, o político. Álvaro Lapa tem também importante trabalho na área da teoria estética, da poesia e da literatura, domínios que se cruzam frequentemente. Aliás, produziu uma série de Cadernos dedicados a 18 escritores, entre os quais se encontram Rimbaud, Miller, Michaux, e William Burroughs. [aqui]

Alberto Carneiro-Colecção Berardo

Escultor nasceu em 1937, em S. Mamede de Coronado. De 1947 a 1958 trabalhou nas oficinas de arte religiosa da sua terra natal, onde se iniciou nas tecnologias da madeira, da pedra e do marfim. Licenciou-se em Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e pós-graduou-se na Saint Martin’s School of Art de Londres. O corpo, a vida e a natureza sempre foram as referências primeiras e essenciais - as grandes linhas conceptuais do trabalho deste artista, fortemente ligado a uma espiritualidade oriental que dá sentido à sua obra.
Nos anos 80, retoma o trabalho sobre madeiras preciosas (buxo, cedro). Mântrica (1987-88) apresenta pontos de contacto com as mais antigas criações de Carneiro. Mântrica, é, também ela, um exercício místico, na tentativa constante de “se reencontrar nas raízes de si mesmo”.
Tem organizado, participado e dirigido cursos, debates e seminários sobre dinâmica corporal, sobre arte e sobre pedagogia. Foi professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. [Link]