A "BELA CIAO" era uma das canções da "Resistência" que na Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal, em Lisboa, junto à estação do Rossio, nos anos de 60, jovens estudantes e trabalhadores, desafiávamos a ditadura salazarista em aguerridas festas com proclamações políticas no meio de efusivas manifestações de amizade e enamoramento.
A Wikipedia diz que: "A popularidade da canção Bella ciao teve início na segunda metade do século XX, na época dos festivais mundiais da juventude comunista, realizados em várias cidades, como Berlim, Praga e Viena. Nessas ocasiões a canção era entoada, pela delegação italiana, despertando o entusiasmo das demais delegações. Assim, acabou sendo traduzida em várias línguas.
"Bella ciao difundiu-se largamente nos anos 1960, sobretudo durante as manifestações operárias e estudantis de 1968.
"As primeiras gravações da versão partigiana se devem à cantora italiana de origem emiliana Giovanna Daffini, uma ex-mondina, e ao cantor francês de origemtoscana Yves Montand.[3] Versões contemporâneas foram gravadas pela Banda Bassotti e pelo grupo Modena City Ramblers, que também interpretou a canção durante tradicional concerto do 1° de maio na praça de San Giovanni, em Roma.
"Na história recente, a canção tornou-se uma espécie de hino oficial dos movimentos comunistas, anarquistas ou de resistência, mesmo fora da Itália, a exemplo das comunidades zapatistas de Chiapas, para onde foi levada por militantes italianos."
A seguir ao vídeo
Bella ciao from Corinne Dardé on Vimeo.
Letra no original em Italiano seguida de tradução para Português.
Una mattina mi son
svegliato,
o bella, ciao! bella,
ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
Una mattina mi son
svegliato,
e ho trovato
l'invasor.
O partigiano, portami
via,
o bella, ciao! bella,
ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
O partigiano, portami
via,
ché mi sento di morir.
E se io muoio da
partigiano,
o bella, ciao! bella,
ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E se io muoio da
partigiano,
tu mi devi seppellir.
E seppellire lassù in
montagna,
o bella, ciao! bella,
ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E seppellire lassù in
montagna,
sotto l'ombra di un
bel fior.
E le genti che
passeranno,
o bella, ciao! bella,
ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
E le genti che
passeranno,
Mi diranno «Che bel
fior!»
«È questo il fiore del
partigiano»,
o bella, ciao! bella,
ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
«È questo il fiore del
partigiano,
morto per la libertà!»
Uma manhã acordei
Minha querida, adeus,
minha querida, adeus,
minha querida, adeus!
Adeus! Adeus!
Uma manhã acordei
E deparei-me com o
invasor
Ó resistente, leva-me contigo
Minha querida, adeus,
minha querida, adeus,
minha querida, adeus!
Adeus! Adeus!
Ó resistente, leva-me contigo
Porque sinto a morte a
chegar.
E se eu morrer como
resistente
Minha querida, adeus,
minha querida, adeus,
minha querida, adeus!
Adeus! Adeus!
E se eu morrer como
resistente
Tu deves sepultar-me
E sepultar-me na
montanha
Minha querida, adeus,
minha querida, adeus,
minha querida, adeus!
Adeus! Adeus!
E sepultar-me na
montanha
Sob a sombra de uma
linda flor
E as pessoas que
passarem
Minha querida, adeus,
minha querida, adeus,
minha querida, adeus!
Adeus! Adeus!
E as pessoas que
passarem
Irão dizer-me: «Que
flor tão linda!»
É esta a flor
Minha querida, adeus,
minha querida, adeus,
minha querida, adeus!
Adeus! Adeus!
É esta a flor do homem
da Resistência
Que morreu pela
liberdade
Socorrendo-me de novo da Wikipedia :
Na sua origem teria sido um canto de trabalho das mondas de trabalhadoras rurais temporárias, em geral provenientes da Emilia Romana e do Vêneto, que se deslocavam sazonalmente para as plantações de arroz da planície Padana. Mais tarde, a mesma melodia foi a base para uma canção de protesto contra a a 1ª Guerra Mundial. Finalmente, a mesma melodia foi usada para a canção que se tornou um símbolo Resistência italiana, durante a 2ª GM.
Bella ciao tornou-se muito conhecida em todo o mundo e foi gravada por vários artistas das mais variadas nacionalidades.
"A provável letra original da canção tem como tema as duras condições de trabalho nos arrozais padanos:
Tradução (da Wikipedia)
Alla mattina appena alzata, o bella ciao, bella ciao
Bella ciao ciao ciao, alla mattina appena alzata,
devo andare a lavorar!
A lavorare laggiù in risaia, o bella ciao, bella ciao
Bella ciao ciao ciao! A lavorare laggiù in risaia
Sotto il sol che picchia giù!
E tra gli insetti e le zanzare, o bella ciao, bella ciao
Bella ciao ciao ciao, e tra gli insetti e le zanzare,
duro lavoro mi tocca far!
Il capo in piedi col suo bastone, o bella ciao, bella ciao
Bella ciao ciao ciao, il capo in piedi col suo bastone
E noi curve a lavorar!
Lavoro infame, per pochi soldi, o bella ciao bella ciao
Bella ciao ciao ciao, lavoro infame per pochi soldi
E la tua vita a consumar!
Ma verrà il giorno che tutte quante o bella ciao, bella ciao
Bella ciao ciao ciao, ma verrà il giorno che tutte quante
Lavoreremo in libertà! "
"De manhã, logo que me levanto, o bela, ciao !
Tenho de ir trabalhar! Trabalhar lá no arrozal, bela, ciao,
Sob o sol que queima a cabeça.
E entre insetos e mosquitos, o bela, ciao, um duro trabalho devo fazer.
O capataz em pé com seu bastão, o bela, ciao,
e nós, encurvadas, a trabalhar!
Trabalho infame, por pouco dinheiro, o bela, ciao!
e a consumir a tua vida !
Mas virá o dia em que todas nós, o bela, ciao, trabalharemos em liberdade."