Com os cavalos, com os bovinos ou com as galinhas. Na capoeira um galucho de raça para
galar as 20 galinhas que darão muitos pintainhos que crescidos se venderão e se
faz bom negócio. Agora cara ou caro amigo substitua as alimárias por pessoas e
terá o que os fidalgos mais opulentos e mais cristãos do reino de Portugal,
faziam no século XVI.
" O relato da existência de escravos reprodutores no Paço Ducal de Vila
Viçosa, a mais importante casa nobre portuguesa, foi feito por João Baptista
Venturino da Fabriano, secretário do cardeal Alexandrino Miguel Bonello,
enviado papal à corte portuguesa em 1571..."
... “Tem criação de escravos mouros, alguns dos quais reservados unicamente
para fecundação de grande número de mulheres, como garanhões, tomando-se
registo deles como das raças de cavalos em Itália. Deixam essas mulheres ser
montadas por quem quiserem, pois a cria pertence sempre ao dono da escrava e
diz-se que são bastantes as grávidas. Não é permitido ao mouro garanhão cobrir
as grávidas, sob a pena de 50 açoites, apenas cobre as que o não estão, porque
depois as respetivas crias são vendidas por 30 ou 40 escudos cada uma. Destes
rebanhos de fêmeas há muitos em Portugal e nas Índias, somente para a venda de
crias.”
...." No século XVI viveriam 350 pessoas no paço ducal e a criação de
escravos teria lugar num terreno ao lado da casa principal, uma zona ainda hoje
conhecida pelos trabalhadores locais como a “ilha”. Atualmente só resta o chão,
coberto de pedras, nas imediações do picadeiro e do local onde terá estado o
torreão onde, em 1512, foi degolada D. Leonor, de 23 anos, pelo seu marido, o
quarto duque de Bragança, D. Jaime, acusada de ter um pajem de 16 anos por
amante."
É o resultado de estudos de documentação da Biblioteca da Ajuda, mantida mais
ou menos secreta durante séculos e que o Expresso de 8 de Dezembro de 2015
relata extensamente como podereis ver. Outro link