XVI GC
Não sei se viram, às 20 h na SIC ou depois às 22h na 2 a reportagem da tomada de posse do XVI Governo Constitucional que ocorreu na tarde de Sábado. Gostei de ver mas, intrigado com o que se passou, recorri ao meu amigo GnbKf5&. (nome cifrado como compreenderão) para me explicar o que realmente se passou. O caso estava acima dos seus meios mas serviu-se das suas ligações e o resultado foi a missiva que acabo de receber e vos mostro aqui, ressalvando sempre a confidencialidade quando há nomes!
Caro Senhor Yz3i%k#
Ficou V. surpreendido com as coisas "estranhas" que se passaram hoje no palácio de Belém, na tomada de posse do Governo do Dr. Pedro Santana Lopes e recorre aos meus serviços, através de um amigo, para o esclarecer. Como calculará só por excepcional deferência acedo a tal pedido tendo em conta a amizade que me une ao GnbKf5&.
Vamos então por partes.
Pergunta: Porque estava o Presidente Sampaio com uma cara péssima e olhava meio assustado para todos os lados menos para o ministro que acabava de assinar o livro, ali ao seu lado e lhe implorava com pequeninas vénias um cumprimento?
Resposta: O PR estava completamente desorientado (tal como quando ouviu Mário Soares em Belém sobre o que havia de fazer) porque acabara de ser informado pelo SIS de que a todo o momento poderia, como forma de protesto, irromper na sala a Srª Deputada ZxSv9&4K.
P: Qual o significado do discurso do PR contra o Governo que acabara de empossar, todo ao contrário dos paninhos quentes anteriores?
R: Exactamente para acalmar a tal Senhora Deputada da oposição, na eventualidade, apesar de tudo remota, tendo em conta a proverbial ineficácia dos nossos Serviços Secretos, de ela entrar por ali dentro, estragar a festa e ele próprio sabe-se lá se escaparia ileso. Por isso, em à partes ao discurso escrito, sublinhou que a consolidação orçamental não estava consolidada, que já não era co-responsável pelo Governo (desculpando-se com a Constituição, que segundo ele, parece que não deixa) e que o Governo se precatasse porque não o deixaria governar mais do que dois anos.
P: Significado das juras e do discurso do recém empossado 1ºM?
R:As juras - quando disse Afirmo solenemente pela minha honra que cumprirei com lealdade as funções que me foram confiadas. Pois, toda a gente olhava para as mãos a ver se estava a fazer figas e ninguém reparou que estava com os pés cruzados que tem o mesmo valor.
Quanto ao dizer que "vai melhorar a vida das pessoas" e " não vai cuidar da vida dos poderosos mas dos que mais precisam" Pode estar a ser sincero. No primeiro caso está a pensar na família (e ele faz parte da família) Por isso levou à posse os filhos, o pai, os irmãos, as primas, as tias e outros parentes até à quinta geração. "Não cuidará da vida dos mais poderosos" Em primeiro lugar porque esses não precisam, em segundo lugar porque nunca lho consentiriam. "...mas sim dos que mais precisam". É uma repetição. Está a pensar na família. Na consabida premente necessidade de acorrer a dívidas, a pagamentos de pensões e imensas despesas que atazanam a sua tranquilidade.
P: Que diziam os novos ministros, muito baixinho para o Presidente, depois de jurarem que cumpririam tudo e assinarem o livro?
R: Sugestionados, eles também, pelo lema "Um Governo, um Parlamento, um Presidente!" com que a Senhora Deputada ZxSv9&4K desfeiteou, justamente aliás, o Senhor Presidente, diziam baixinho por causa das televisões que aproveitam tudo, Obrigado "meu" Presidente.
P:Porque se recusaram os ministros, TODOS, e não apenas um ou outro a prestar declarações, deixando triste e meio desasado o repórter da SIC, Victor Gonçalves?
R: Porque estavam todos baralhados, tal como V. , que me pede estas informações e que só lhas dou a título confidencial e tendo em conta os favores que devo a GnbKf5&. (o nosso amigo!).
E estavam baralhados por uma razão muito simples, ninguém sabia muito bem qual o seu ministério, ao certo que nome tinha e que áreas abarcava. Não viu a cara do Dr. Paulo Portas, mais do que surpreendida, pasmadamente incrédula e a olhar de olho arregalado para o colega do lado a confirmar se tinha ouvido bem, quando anunciaram que fora empossado como Ministro da Defesa e... dos Assuntos do Mar! Dos assuntos do mar?!! Repetia entre dentes e intrigado, o nosso bom Paulo Portas.
Não reparou em Álvaro Barreto. Foi só porque já tem aquela idade e muito traquejo que ousou balbuciar que sim sr. o ministério pode ser da Economia ou dos Assuntos Económicos ou lá o que é e também do Trabalho. Sim senhor. Pensando para consigo que teve melhor sorte que aquele gaiato do Portas que lhe calhou os Assuntos do Mar mas que vai ter muita dor de cabeça com o comentário irónico do presidente da CIP, Francisco Van Zeller, já a gozar com ele que com um ministério destes tem de manhã de cuidar dos interesse dos patrões e à tarde dos interesses dos trabalhadores.
O caso explica-se - meu caro Sr. - porque todo o trabalho para a formação do Governo, reformulação de ministérios e até a apresentação dos ministros para a tomada de posse foi entregue a uma empresa de markting americana, indicada a Pedro Santana Lopes por Paulo Portas e a este por Donald Rumsfeld quando nos States eram tu cá tu lá por causa do Iraque. Ora os americanos conhecendo mal a nossa língua (eles em línguas já se sabe...) e a tradição dos nossos ministérios, baralharam tudo resultando uma enorme salgalhada nalguns deles que vai ser o diabo para deslindar. Mas que quer! Santana Lopes disse logo: farto de trapalhadas estou eu. Já lá na Câmara era o mesmo... era o que mais me faltava... ir agora perder tempo com isso de organigramas e sei lá mais o quê. Entreguem isso uma empresa. Não é mas nem meio mas!
E pronto foi assim.
Literalmente os ministros não sabiam ao certo em que é que tinham sido empossados.
___________________________________________________________
O email, cifrado, é claro (e os nomes, tudo quanto é nomes vem duplamente cifrado, não sei se repararam) terminava a dizer que não levava nada, nem pensar, cumprimentos, etc. O costume.
Esta dos ministérios que misturam tudo e dos ministros sem saberem ao certo de que é que eram ministros fez-me lembrar o casamento dum amigo meu (não vou dizer o nome), eu de padrinho, na igreja da Nossa Senhora da Agonia. A noiva era Maria Helena e a madrinha Helena Maria. O padre fez o casamento todo muito bem, paramentos, castiçal, hóstia, solenidade, mas inadvertidamente naquele momento decisivo em que diz que A fica casado com B e B com A trocou os nome da noiva com o da madrinha. Ou ninguém excepto eu deu por isso ou para não atrapalhar a solenidade da cerimónia religiosa ninguém disse nada e o meu amigo, ao certo ao certo, saiu da Igreja casado com a madrinha da noiva.
Quase como Portas. Ficou ministro da Defesa e... dos Assuntos do Mar.