2015/04/29

INAUGURAÇÃO DO MUSEU DO ALJUBE

As imagens são da inauguração do "Museu do Aljube Resistência e Liberdade", em Lisboa, em 25 de Abril de 2015.
Viemos conversando, revendo amigos que não víamos desde o anterior desfile pela Av. da Liberdade. Do Marquês de Pombal ao Rossio. Aqui chegados fomos comer uma torrada, beber um café e conversar, debaixo de um largo toldo do Café Nicola que nos abrigava da impertinência da chuva.. Não ouvi os discursos. Nunca ouvi os discursos e fui a todos os desfiles! Depois abrimos os chapéus de chuva e fomos andando até ao Aljube. Reuniu-se uma multidão de umas 200 pessoas, segundo cálculo dos "peritos" Esperámos à chuva, à chuva, à chuva, a chegada do novel presidente da CML, Fernando Medina, para destapar a placa inaugural.
Entraram umas 40 ou 50 pessoas e as outras esperaram por sua vez, as que esperaram e desesperaram, à chuva, à chuva, à chuva. 
Enquanto se ia fazendo a visita guiada fui conversando com as caras que não via há muito. Não vi o conteúdo do museu. A multidão acotovelava-se e decidi ver a exposição noutra altura. E conversei. Depois ouvi os discursos do director do museu, o historiador Luís Farinha, seguido do do historiador António Borges Coelho, presidente do Conselho Consultivo do Museu e sócio honorário do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória - NAM e por fim o discurso do presidente da CML.  
Estive atento aos discursos. Todos eles bons discursos. Sublinharam o significado do museu, o que foi aquela sinistra prisão política, com curros, celas sem luz com 2,5x1,5 metros de área onde estiveram "enterradas" por vezes meses e meses seguidos, no escuro e no silêncio de enlouquecer, portugueses que lutaram pela liberdade ganha em 25 de Abril de 1974. Estive atento aos discursos para ver se referiam que aquele museu se deve à iniciativa persistente do NAM, desde 2006. Iniciativa do NAM acolhida pela Assembleia da República, pelo ministro da Justiça de então, Alberto Costa, que libertou o edifício dos serviços do seu ministério, pelo presidente da CML, António Costa que assumiu as obras de remodelação e responsabilidade pela criação do museu cujo levantamento se apoiou no intervenção da Fundação Mário Soares e do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Estive atento e tanto o prof. Borges Coelho como o presidente da CML Fernando Medina, sublinharam o papel decisivo e pioneiro do NAM desde o seu início, quer como movimento, desde 2006 quer como associação a partir de 2008.
Congratulemo-nos pois. Lisboa tem o museu da luta pelo derrubamento da ditadura. O NAM empenhar-se-á em colaborar para que o museu seja um polo de irradiação dos ensinamentos da História em prol da Liberdade. 
[Nota: para que as fotos pequenas se tornem grandes chega um clique. Muitas destas fotos foram colhidas no site da CML cuja autoria não menciono por não a conhecer]
 
 A Sé de Lisboa do outro lado da rua.
 
 O Aljube à esquerda.
 

  


Isto é um curro. Se o preso levantar a tarimba pode dar até 3 passos. A porta tinha uma janelinha de uns 20x20 cm, com grades que deixava entrar uma réstia de luz vinda do corredor escuro. Muitos não enloqueceram