2013/06/28

Os Jacarandás este ano chegaram mais tarde. Mas eles andam por aí.





Acho muito estranhas aquelas florzinhas azuis, dos jacarandás que habitam a minha rua. O tamanho não se avantaja ao da falangeta do meu indicador. Frágeis, vestidas com aquele veuzinho azul, seda? cetim? guardam lá dentro, o gineceu e o androceu. Mercê dos dons da Natureza, ou de Allá, se seguirem as regras de mafona, fecundarão e transformarão um migalhinho de gente nestes surpreendentes, enormes rapagões, os bugalhos que ali vemos.
Acho muito esquisito. Pintinha minúscula, discretamente cresce, cresce, engrossa, engrossa, faz-se casca grossa, rija que nem carvalhiça.  Primeiro fechada que não há diabo que a abra. Só o calor a pouco e pouco a demove. Então, reticente ainda, lá vai abrindo aquela bocarra e mostra aladas de fina membrana, sementes prontas a voarem para longe com o vento. 
Mas por mais explicação que a Deolinda que é minha vizinha, amiga e bióloga, me dê, garantindo que tudo se passa de acordo com a Natureza, acho muito estranho. E acho muito estranho porque as árvores são minhas vizinhas e andam por ali todo o ano comigo, ainda que apenas no seu espaço vital  e nunca vi essa transformação bizarra de frágeis e bonitas florinhas nestes tropeços feios e grossos que ora se pavoneiam lá ao alto ora, com a chuva, no inverno, se estatelam estrondosos na calçada dos passeios e ali ficam prostrados até que a limpeza camarária ou algum vizinho se compadeça da sua pouca sorte.
Mas estes jacarandás não me voltarão a surpreender. Hei-de espreitá-los e ver com estes que a terra há-de comer como é que flores tão sensíveis e de azul tão etéreo se transformam em cascos duros de ungulígrado e cor oposta. Será pela calada da noite? Será nos dias chuvosos de inverno em que não olho para o alto, para os braços nus das árvores despidas? Vou estar atento e a olhar todas as noites, porque estou certo que é pela calada da noite que elas pregam a partida.e vou surpreender o dom maternal da fecundidade.

2013/06/25

Jacarandás

O calor chegou muito tarde este ano e os Jacarandás, que outrora trouxemos do Brasil, caravelas Atlântico acima, estão tristes. Só agora dão um ar de sua graça.  Até a folhagem mingua. 
Surpreendentes, as suas sementes velhas, da floração anterior, exibem.se lá no alto, em confraternização inter-geracional. Das muitas que caíram e antes que os homens da limpeza camarária as levassem recolhi umas, aqui em baixo, para vosso estudo. [clique p ampliar]
 

 

Crivelli, Grão Vasco, Pieter Brugel o Velho e Hieronymus Bosch

1. Crivelli                                           2 Crivelli
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3 Grão Vasco                          4 Grão Vasco 
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5. Pieter Brugel                                   6. Pieter Brugel 

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  7. Hieronymus Bosch
 
 
 
Carlo Crivelli (n. 1435, Veneza). Pintou a maior parte das suas obras em Ascona e Ascoli. Técnica: têmpora. Não pintou a óleo. Temas religiosos resultado das encomendas quase exclusivamente de ordens religiosas.
1. "A Virgem com o Menino, Santo Emídio, São Sebastião, São Roque, São Francisco de Assis e o Beato Tiago da Marca" (1487). Quadro cuja saída de Portugal (venda autorizada em 2013, pelo o Sec Estado José Manuel Viegas envolvida em polémica)
2. "A Virgem com o Menino  no trono" c. apresentação das chaves a S. Pedro (1988, Madeira 191x196cm) Staatliche Museen Berlim.

Vasco Fernandes (Viseu 1474 - 1542) mais conhecido por Grão Vasco o maior pintor português do séc XVI.
3. "Pentecostes". Portaria do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, 1534-35, assinada Velasco
4. "S.Pedro" (Pintado para a Sé de Viseu e atualmente no museu Grão Vasco em Viseu) é a obra mais conhecida de Vasco Fernandes que executou o grande retábulo da capela-mor da Sé de Viseu de 1501 e 1506..

Pieter Brueghel, "O Velho" (Breda, 1525- Bruxelas 1569) é talvez o mais célebre pintor flamengo do sec XVI.
5. "Parábola dos cegos guiando cegos" (1568) (parábola Evangelhos Mateus 15.14) 
6. "O Triunfo da Morte", 1562, óleo sobre tela, 117x162 cm. Museu do Prado Madrid.
 
Hierónymus Bosch ( 1450 - 1516), pintor e gravador Holandês dos séculos XV e XVI.
7. "As Tentações de Santo Antão" é um tríptico do pintor holandês Hieronymus Bosch que terá sido pintado entre 1495 e 1500. Está em Lisboa no Museu Nacional de Arte Antiga.