Realizou-se hoje na sala do Senado da Assembleia da República uma homenagem aos advogados que durante a ditadura defenderam nos Tribunais Plenários os presos políticos do regime fascista que oprimiu os portugueses durante 48 anos. Foi uma iniciativa do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória - NAM, presidido pela Drª Helena Pato que teve o apoio da Assembleia da República através da sua Comissão de Direitos Liberdades e Garantias cujo presidente, o deputado Fernando Negrão, em representação da Presidente do Parlamento, Assunção Esteves, que não pôde comparecer por razões de saúde, abriu a cerimónia e a que se associou a Ordem dos Advogados cuja bastonária Elina Fraga também participou na homenagem.
Os advogados que se dispuseram a defender os que lutavam pela liberdade e eram alvo de uma justiça fantoche que funcionava às ordens da polícia política foram cidadãos e cidadãs que revelaram grande coragem, se dispuseram a pôr em risco a sua carreira profissional, a ser enxovalhados pela PIDE ou a sua sucedânea DGS ou a ser presos eles também. Trabalhavam de graça e custeavam eles mesmos despesas dos processos solidarizando-se assim com a luta pela liberdade de milhares de portugueses que sofreram a tortura, a prisão e por vezes a morte.
A homenagem contou com a presença de muitas dezenas de advogados homenageados, de muitos ex-presos políticos e seus familiares, de associados e amigos do NAM que esgotaram a lotação de 300 lugares da sala do Senado. Presentes também deputados de diferentes partidos e magistrados em representação das diferentes magistraturas.
A merecida homenagem aos advogados dos Tribunais Plenários, que muito prestigia o Movimento Cívico Não Apaguem a Memória foi transmitida em direto pelo "canal parlamento" e representou um momento de alto significado cívico e político em defesa da memória da luta dos portugueses pela liberdade que não esqueceu o contributo decisivo do movimento dos capitães para o derrube da ditadura em 25 de Abril de 1974, data gloriosa da nossa história cujo 40º aniversário este ano será devidamente comemorado.
As intervenções de acordo com o programa que se anexa, arrancaram repetidas salvas de palmas a revelaram a alta craveira intelectual dos oradores, a sua sensibilidade política e os seus conhecimentos em mais que um caso resultado de experiência direta da luta contra a ditadura.
A homenagem terminou com o descerramento de uma placa comemorativa que ficará exposta na sala da Comissão de Direitos Liberdades e Garantias da Assembleia da República.
A homenagem terminou com o descerramento de uma placa comemorativa que ficará exposta na sala da Comissão de Direitos Liberdades e Garantias da Assembleia da República.
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Fotos da homenagem (um clique amplia):
Nota: as fotos nº 15 a 22 deste grupo (numerando de cima para baixo) são da autoria de José Gema.