2015/11/28
2015/10/07
Homenagem aos presos políticos da ditadura nas instalações do antigo Tribunal Plenário da Boa Hora

Tribunal da Boa Hora, em
Lisboa, quase junto ao Chiado. Ali, no tempo da longa noite fascista, entre
1945 e 1974, funcionou o Tribunal Plenário, onde eram condenados os presos
políticos. No Plenário os "juízes" do regime aplicavam aos presos
políticos as penas que os agentes da PIDE/DGS previamente decidiam.
Em 6 de Dezembro de
2006 o MOVIMENTO NÃO APAGUEM A MEMÓRIA - NAM, organizou uma homenagem aos
presos políticos, com uma sessão solene na Boa Hora e o descerramento de uma
lápide que ficou colocada na antecâmara da sala da atual 6ª Vara Criminal.
Edmundo Pedro, ex-preso
político, durante mais de 10 anos, no Campo de concentração do Tarrafal, em
Cabo Verde, para onde foi aos 17 anos, juntamente com muitos outros presos,
incluindo o seu pai, Gabriel Pedro e o muito conhecido arquitecto de Lisboa e
ex-preso político, Nuno Teotónio Pereira, entretanto ambos eleitos membros
honorários do NAM , descerraram a placa que assinala a memória daquele
lugar.

O texto da lápide teve de
ser negociado com o tribunal da Boa-Hora
através do juiz Carlos Berguette. A Justiça da democracia branqueava assim a Justiça da ditadura. João Paulo Guerra no blog Câmara
Corporativa, aqui: http://tinyurl.com/pjtbavy
dá sobre este assunto uma
boa informação.
Texto do NAM: "Nesta sala do então Tribunal Plenário, entre 1945 e
1974, foram julgados inúmeros adversários políticos da ditadura, acusados de
"crimes" contra a segurança do Estado. "O tribunal não actuava
com independência, aceitava e cobria as torturas e ilegalidades cometidas pela
PIDE/DGS, limitava-se, salvo exceção, a repetir a sentença que a polícia
política já tinha definido. Muitos juízes ignoraram e impediram os presos
políticos de denunciarem as agressões e métodos da PIDE/DGS. A justiça e os
direitos humanos não foram dignificados nem respeitados no Tribunal
Plenário."
"Após negociação com
o tribunal da Boa-Hora o texto
acabou por ficar assim:
"Aqui funcionou o "Tribunal Plenário", onde, entre 1945 e 1974 - período da ditadura -, foram condenados inúmeros adversários do regime, acusados de crimes contra a segurança do Estado. A justiça e os direitos humanos não foram dignificados. Após o 25 de Abril de 1974 a memória perdura e a justiça ganhou sentido. À dignidade dos homens e mulheres aqui julgados por se terem oposto ao regime da ditadura."
Na cerimónia,
apresentada pelo membro do NAM, almirante Martins Guerreiro, discursaram o
Prof. António Borges Coelho, na qualidade de ex-preso político, o juiz
Manuel Macaísta Malheiros, na qualidade de ex-advogado de defesa de presos
políticos, a diretora-geral da Administração da Justiça e a representante do Movimento Não Apaguem a Memória!,
Cláudia Castelo.
Eis os discursos de
Borges Coelho, Macaísta Malheiros e Cláudia Castelo. São testemunhos
impressionantes.
ANTÓNIO BORGES COELHO:

Em nome das vítimas dos Tribunais
Plenários, dos mortos e dos vivos, saúdo os juízes do Tribunal da Boa Hora que
quiseram activar a memória dos tempos sombrios.
As vítimas que represento foram
neste local gravemente ofendidas na sua dignidade e no seu próprio corpo.
Avivar, hoje e aqui, a memória constitui, pois, um acto necessário e exemplar
de cidadania. Os presos políticos, mulheres e homens, que durante dezenas de
anos pisaram a barra deste tribunal, não eram gente vencida. Tinham
experimentado os perigos da luta contra a ditadura e o rigor da vida
clandestina. Tinham suportado a prisão, os espancamentos, a tortura da estátua,
os meses de isolamento nos buracos do Aljube ou em Caxias. Muitas vezes
chegavam aqui ainda com as marcas da tortura.
Esta sala, que foi do Tribunal
Plenário, era previamente ocupada por agentes da polícia. Um deles escrevia o
relatório pormenorizado da audiência e não se coibia de comentar a actuação dos
próprios juízes. Mas a polícia não podia impedir a presença de assistentes incómodos.
Desde logo, a dos advogados que gratuitamente e com elevado risco assumiam a
defesa dos réus. Depois, a das testemunhas que louvavam a conduta ética dos
acusados e por vezes defendiam a justeza das ideias que eles professavam.
Algumas testemunhas saíam diretamente da sala de audiências para o calabouço. E
havia ainda os olhos e os ouvidos dos que conseguiam vencer a barreira.
Os
"julgamentos" começavam com a entrada do promotor e dos juízes do
Tribunal Plenário. Entravam sem venda nos olhos e sem balança. Sabiam ao que
vinham: julgar mulheres e homens cujos processos tinham sido instruídos, não
por juízes, mas por agentes e inspectores da polícia política. E de que crimes
eram essas mulheres e homens acusados? Do crime de exprimirem por palavras e escritos
a liberdade de pensamento, do crime de exercerem a liberdade de reunião e de
associação.
Os Tribunais Plenários integravam-se no sistema de terror,
legitimando-o. No decorrer da audiência os acusados acusavam. A televisão não
estava lá para abrir uma janela para o mundo; a imprensa silenciava; o país
seguia cabisbaixo. Mas as vozes daqueles que aqui se ergueram acusando ecoaram
fundo no coração de muitos portugueses. Não vou referir nomes. Alguns têm o seu
lugar na nossa história. Hoje lembro somente aqueles que acusaram e de que
ninguém fala. Por vezes agredidos e empurrados para o calabouço. Estas paredes
assistiram a muita agonia, a opressão, a desprendimento total das coisas
terrenas, a gestos comoventes de sacrifício e dedicação aos outros. Mulheres e
homens que nada tinham senão os corpos e a mente indicavam com o seu sacrifício
que há momentos em que é preciso dizer não para que a água da vida corra limpa.
Vinham de todas as camadas sociais mas predominavam os camponeses, os
operários, os intelectuais e os jovens. Recordo-os a todos como pessoas nas
suas diferenças sociais e políticas e queria com estas palavras erguer um longo
mural que chamasse, um a um, todos os nomes. Eles assumiam, letrados ou não, a
dignidade antiga e quase sagrada de Sócrates perante os quinhentos juízes do
tribunal de Atenas. No final do espectáculo, o Tribunal Plenário condenava as
vítimas a anos e anos de prisão, a que acrescentava as medidas de segurança de
seis meses a três anos, renováveis tantas vezes quantas a polícia política
decidisse com a dócil assinatura dos servidores do Plenário.
Renovo a saudação a todos quantos participaram nesta breve memória dos
tempos sombrios. Mas as últimas palavras reservo-as para a primeira noite dos
condenados depois da leitura da sentença: embrulhados nas mantas imundas,
cortados da vida, sem outro futuro à vista que não o do cárcere e o da
"fé". ■
CLÁUDIA CASTELO
Começo por recordar um texto de José Régio proferido no âmbito da Campanha Eleitoral da Oposição, em 1949:

Inimigo da alma, digo: Porque é o medo que tolhe até os impulsos mais
generosos, faz desistir até das aspirações mais justas, afoga até o grito mais
espontâneo e, em suma, corrompe e assombra até a mais clara visão da vida. Pelo
medo fica a alma pequenina, embaraçada, inerme, torpe. Encolheu-se – dizemos
nós de quem teve medo de agir. E não há imagem mais justa. Não admira que
cultivem o medo […] todos os regimes autoritários; todos os governos dum
partido exclusivo” (CAMPANHA ELEITORAL DA OPOSIÇÃO, Depoimento contra
depoimento, 1949, Lisboa, Edição dos Serviços Centrais da Candidatura, p.
58-59).
As palavras de Régio, particularmente lúcidas e incisivas, são uma clara
denúncia do império
entorpecedor e desmoralizador do medo que dominou Portugal durante 48 anos. De facto, a longevidade do regime teve muito a ver com a sua natureza profundamente opressiva e obscurantista.
entorpecedor e desmoralizador do medo que dominou Portugal durante 48 anos. De facto, a longevidade do regime teve muito a ver com a sua natureza profundamente opressiva e obscurantista.
O movimento Não Apaguem a Memória! é um movimento cívico que pugna pela
salvaguarda da memória da resistência à Ditadura Militar e ao Estado Novo, para
que seja dignificada a luta pela liberdade e pela democracia. O Movimento foi
criado na sequência de um protesto cívico realizada a 5 de Outubro de 2005, por
um grupo de cidadãos livres e independentes, que quis expressar o seu desagrado
pela transformação da sede da PIDE (na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa),
num condomínio fechado. No próximo dia 11 de Dezembro, serão julgados no 6.º
juízo criminal de Lisboa dois companheiros do Movimento: o «capitão de Abril»
Duran Clemente e João Almeida, acusados de «desobediência qualificada», por
terem integrado aquele acto de cidadania. Todos os que reivindicamos o direito
e o dever de lembrar sentimo-nos igualmente arguidos naquele processo.
Desde que há um ano se formou, o Movimento tem vindo a contactar com os poderes públicos (a Câmara Municipal de Lisboa, os grupos parlamentares, diversos ministérios, etc.), para que se preserve, investigue e divulgue a memória da luta contra o fascismo e o colonialismo, nomeadamente através da dignificação de locais simbólicos da repressão, como sejam a cadeia do Aljube, o Forte de Peniche, o Forte de Caxias, a sede da PIDE/DGS e as suas delegações do Porto e Coimbra, a Prisão de Angra do Heroísmo, o Campo de Concentração do Tarrafal, os Presídios Militares, o Tribunal Militar, os tribunais plenários de Lisboa (Boa-Hora) e Porto (S. João Novo), a sede dos Serviços de Censura, etc. Como sustenta o historiador francês Pierre Nora, identificar e assinalar lugares de memória torna-se particularmente importante porque os meios de memória (a memória colectiva espontânea, dos que viveram os acontecimentos ou foram seus contemporâneos) irão inevitavelmente perder-se (vd. Les lieux de memoire, Paris, Gallimard, 1984).
Desde que há um ano se formou, o Movimento tem vindo a contactar com os poderes públicos (a Câmara Municipal de Lisboa, os grupos parlamentares, diversos ministérios, etc.), para que se preserve, investigue e divulgue a memória da luta contra o fascismo e o colonialismo, nomeadamente através da dignificação de locais simbólicos da repressão, como sejam a cadeia do Aljube, o Forte de Peniche, o Forte de Caxias, a sede da PIDE/DGS e as suas delegações do Porto e Coimbra, a Prisão de Angra do Heroísmo, o Campo de Concentração do Tarrafal, os Presídios Militares, o Tribunal Militar, os tribunais plenários de Lisboa (Boa-Hora) e Porto (S. João Novo), a sede dos Serviços de Censura, etc. Como sustenta o historiador francês Pierre Nora, identificar e assinalar lugares de memória torna-se particularmente importante porque os meios de memória (a memória colectiva espontânea, dos que viveram os acontecimentos ou foram seus contemporâneos) irão inevitavelmente perder-se (vd. Les lieux de memoire, Paris, Gallimard, 1984).
Paralelamente aos contactos com as entidades oficiais, o Movimento tem
procurado sensibilizar e mobilizar a sociedade civil para as suas causas. E
está particularmente interessado em chegar às gerações mais jovens.
A cerimónia que hoje
aqui nos reúne, o descerramento de uma placa que perpetua a memória deste
espaço, é a primeira concretização pública dos objectivos do Movimento. Nesta
sala funcionou o Tribunal Plenário de Lisboa, entre 1945 e 1974, nesta sala
foram acusados e condenados por crimes políticos, portugueses que não se
encolheram. Esta cerimónia reveste-se, pois, de grande significado de
cidadania, solidariedade e fraternidade, tanto mais que conta com a presença
não só de antigos presos políticos e de advogados de defesa do período da
ditadura como de altos representantes do poder executivo, legislativo e
judicial do actual regime democrático.
Todos nós os que aqui nos reunimos hoje, repudiamos a farsa jurídica encenada durante 30 anos nesta sala; todos nós repudiamos uma administração da Justiça contra o povo, em nome de interesses mesquinhos de um regime autoritário e iníquo; todos nós repudiamos a colaboração activa, com a polícia política, de juízes de nomeação governamental; todos nós repudiamos as condições preparatórias do processo judicial sob prisão e tortura; todos nós repudiamos as “medidas de segurança”, que mais não eram que um eufemismo para uma longa e arbitrária detenção dos que ousavam contestar o Estado Novo, ter ideias próprias e diferentes sobre o modelo político, económico, social e cultural do país, ultrapassar a inércia e o comodismo, quebrar o silêncio, vencer o medo; todos nós repudiamos a sistemática violação dos direitos dos cidadãos que os tribunais plenários continuaram a praticar, mesmo depois de aprovada a Declaração Universal dos Direitos do Homem (a 10.12.1948).
Todos nós os que aqui nos reunimos hoje, repudiamos a farsa jurídica encenada durante 30 anos nesta sala; todos nós repudiamos uma administração da Justiça contra o povo, em nome de interesses mesquinhos de um regime autoritário e iníquo; todos nós repudiamos a colaboração activa, com a polícia política, de juízes de nomeação governamental; todos nós repudiamos as condições preparatórias do processo judicial sob prisão e tortura; todos nós repudiamos as “medidas de segurança”, que mais não eram que um eufemismo para uma longa e arbitrária detenção dos que ousavam contestar o Estado Novo, ter ideias próprias e diferentes sobre o modelo político, económico, social e cultural do país, ultrapassar a inércia e o comodismo, quebrar o silêncio, vencer o medo; todos nós repudiamos a sistemática violação dos direitos dos cidadãos que os tribunais plenários continuaram a praticar, mesmo depois de aprovada a Declaração Universal dos Direitos do Homem (a 10.12.1948).
Mas não basta afirmar
este repúdio, não basta que os antigos presos políticos, os advogados de
defesa, as autoridades judiciárias, os companheiros do Movimento tenham
consciência «do rebanho perseguido pelo medo, que da vida perdeu o sentido»,
não basta que nós (os que viveram e os que estudaram) saibamos que houve alguns
que se recusaram «a chegar a ratos» (como disse Alexandre O’Neill). É
necessário mais; é necessário que esta memória seja transmitida às novas
gerações e a toda a comunidade nacional, para que possa perdurar através da
História.
Por isso, esta placa –
estática, muda e fria, como é próprio de qualquer placa – é apenas um começo.
Importa trazer a este tribunal os jovens das escolas básicas e secundárias,
promover visitas de estudo, debates, trabalhos de reflexão e de pesquisa. Cabe
aos ministérios da Justiça e da Educação acarinhar e desenvolver projectos
educativos sobre a Justiça e o Direito antes e depois do 25 de Abril de 1974.
Para que este lugar de memória possa incitar à pedagogia democrática, à
produção e divulgação de visões críticas, vivas e plurais da história da
ditadura – o que nos parece um imperativo cívico e ético em democracia.
-----------
*Alusão ao «Poema pouco
original do medo», de Alexandre O’Neill, publicado no livro No reino da
Dinamarca, 1958.
MACAISTA MALHEIROS:
NESTE LUGAR de triste memória, quero
evocar as centenas de réus que por aqui passaram sacrificando a sua liberdade à
luta pela democracia. Entre outros, os militares e civis do processo de Beja,
os comunistas, funcionários e militantes, os católicos cuja consciência
obrigava a dar testemunho contra o fascismo, camponeses que lutavam pelo pão e
que na segunda metade do século XX, reivindicavam, ainda, 8 horas contra a
escravatura do sol a sol, os operários só porque fizeram greves, jovens
estudantes dos movimentos de esquerda e extrema-esquerda, ansiosos de
liberdade. Vi, eu próprio, neste Plenário, serem espancados pela PIDE, com o
consentimento de juízes, o Jorge Araújo, que o advogado Cunha Leal procurou em
vão proteger, e, noutro momento, o Joaquim José Dias, ambos militantes
comunistas, apenas porque insistiam em denunciar as torturas a que tinham sido
submetidos na PIDE. Até a mulher do Joaquim José Dias, ré no processo, foi
agredida à bofetada por um PIDE, chefe da brigada que policiava o tribunal, só
porque gritava "Ai! Que matam o meu marido!".
Ninguém descreveu melhor o Plenário do que
Aquilino Ribeiro, em "Quando os Lobos Uivam". Por isso foi acusado,
só não tendo sido julgado, certamente, por terem medo das repercussões
internacionais. Escreveu ele: "Plenário... rima com... calvário, rosário, bestiário...
até prostibulário". "O legislador encontrou o termo que convinha ao
odioso tribunal". "Melhor só um tricorne de inquisidor".
"Com a novíssima estrutura judiciária dois dos juízes eram corregedores do
crime, e presidente um desembargador". "Mais chocho e perro que o
presidente... não havia no quadro". "Um dos adjuntos... reunia em si
o tipo do magarefe... e até no manejo do cutelo quando se tratava de aplicar a
lei". "No tempo da forca era homem, para, à falta de carrasco, puxar
à corda". "Quando interpretava o código, tendia para a
pejorativa". "O outro assessor... passava por ser o zero
absoluto". "Chegara à corregedoria pela insignificância, à parte a
zumbaia". .. era um catolicão até à medula..." .. o representante do
Ministério Público, juiz em comissão..." "Ele próprio deixava
entender... que era o ouvido predilecto do ministro". "Frieza e
servidão incondicional ao poder haviam-no remido da miséria de pontos com que
se apresentara a concurso" ... o ministério da Justiça precisa de tais
instrumentos para as leis celeradas". Mas Aquilino Ribeiro recorda-nos
ainda, noutras páginas do livro, que a violência era prática comum no Processo
Penal daquele tempo e não apenas dos processos políticos: "Pegou do
cavalo-marinho, que a violência e os castigos corporais eram o processo
corrente de averiguação ressurgido pelo aparato judicial..."
"Descarregou-lhe segunda, terceira, quarta vergalhada, à quinta...".
Tenhamos, porém, presente que o Plenário serviu para aprendermos o que não deve
ser o Processo Penal. O Presidente do Tribunal Constitucional, jovem
magistrado, com o saudoso Rui Pinheiro, publicou logo após a promulgação da
Constituição um estudo sobre a importância dos princípios constitucionais parra
o processo penal. A Constituição transformou-se em direito vigente, positivo,
as garantias que durante décadas foram negadas e que não devemos permitir que
se esqueçam. Refiro alguns artigos: Todos têm direito a fazer-se acompanhar por
advogado perante qualquer autoridade — 20.° O direito de resistência — 21.°
Ninguém pode ser submetido a tortura —25.° Toda a pessoa privada da liberdade
deve ser informada imediatamente e de forma compreensível das razões da sua
prisão ou detenção e dos seus direitos — 27.°, 4 A detenção será submetida, no
prazo máximo de 48 horas a aprovação judicial — 28.°, 1 A decisão judicial que
mantenha a detenção deve ser logo comunicada a parente ou pessoa de confiança
do detido por este indicados — 28.°, 4 Os condenados mantêm a titularidade dos
direitos fundamentais — 30 5 O arguido tem direito a ser assistido em todos os
actos do processo pelo defensor — 32f, 3 São nulas todas as provas obtidas
mediante tortura, coacção, ofensa da integridade física ou moral da pessoa,
abusiva intromissão na vida privada, no domicilio, na correspondência ou nas
telecomunicações — 32.°, 8 Estes princípios consagrados na Constituição e
desenvolvidos no Código de Processo Penal regulam a actuação das polícias, do
Ministério Público e dos juízes, e hoje o cidadão pode confiar que os
magistrados portugueses protegem de forma firme estes direitos, mesmo quando
são sujeitos a pressões demagógicas. Aqueles juristas, que consideram haver
demasiadas garantias para os arguidos no Processo Penal português, devem ter
consciência da prática da PIDE e das perversões que a complacência dos homens,
que desonraram a sua beca de magistrados ao serviço do poder no Tribunal
Plenário, permitiu e que não devemos consentir se repitam. Nós, advogados,
apenas tivemos a honra de acompanhar, nalgumas das suas horas amargas, esses
réus torturados e humilhados, que sacrificaram a liberdade para que da noite
rompesse a madrugada. Para eles e elas, vai a minha admiração, o meu respeito e
o meu agradecimento. ■
2015/09/06
Françoise Hardy - Le Temp de l' Amour
Ofereço-vos esta querida dos anos 60, como se o tempo não tivesse passado.
Françoise Hardy nasceu em Paris, em 1944. E, como nós, é sensível ao tempo.1963 2010 2015
Le temps de l'amour Françoise Hardy
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Letras de músicas? É aqui: http://letras.mus.br/
2015/08/30
Pela terra de Ataturk
Passeávamos pela Istiklal Caddesi quando decidimos visitar a Torre Galata. A manhã ainda era uma criança andámos andámos, atravessamos a ponte com o nome da Torre e fomos ao grande Bazar das Especiarias. Um espanto para olhos ibéricos. Andámos mais e mais quando a fome nos avisou. Aproveitámos um restaurante/explanada que nos convidava. Um gato preto aproximou-se com um olhar turco e interrogativo. Demos-lhe keba, do nosso prato que apreciou visivelmente mas o pão, esse recusou, ainda que delicadamente. A nossa conversa ficou por ali porque o "garçon" não gostou da cena e afastou-o persuasivo com o pé.
Bem comidos, já reconciliados com Istambul que, como sabem, foi Constantinopla de não menos pergaminhos, pusemos pés ao passeio e atrevemo-nos a uma mesquita que de nós se aproximou. Por ali, mesquitas é o que mais há, como igrejas em Portugal.
Descalçava os sapatos julgava eu que em rigoroso cumprimento das regras muçulmanas quando o guardião do templo acode e me proíbe de o fazer em cima do tapete. Ali só depois de descalço. Entramos com a boca a abrir-se-nos de espanto perante tanta beleza. Um gradeamento, com uma abertura, defendia o centro interior da mesquita. Àquela zona nobre só podiam aceder os homens. Às mulheres, "seres impuros", concluí, oferecia-se-lhes as margens do templo, fora do gradeamento onde várias se postergavam convictas. No centro um dos homens gatinhava de pés e mãos e fazia longas e repetidas genuflexões, cabeça até ao chão e rabo apontado à cúpula. Meditava... que pecados terá cometido este súbdito do Grande Ataturk e agora do detestável Erdogan para tamanhas reverências.
Uma espanhola ao lado de Maria, que connosco entrou, ria-se do pecador e com o olhar dizía-nos "só visto".
Agora fico-me por aqui para não vos maçar. Mas depois conto como fomos apanhar o barco para Çiragan, no Bósforo, um pouco mais à frente. O Bósforo? Não sabem onde é o Bósforo? É o estreito que liga o Mar da Mármara ao Mar Negro ali mesmo juntinho a Istambul que sobre ele olha para o outro lado, para a Turquia da Anatólia, para a infinita Ásia. Ponho aqui o mapa.


2015/08/21
Bento de Jesus Caraça, um homem que abençoava as ilusões
Intervenção de Helena Neves
na Iniciativa do Movimento Não Apaguem a Memória - NAM em parceria com campOvivo, em 5 de Janeiro de 2015, na Padaria do Povo, onde funcionou a Universidade Popular entre 1919 e 1948
______________________________

Há cem anos, nasceu uma criança do sexo masculino que, diriam mais tarde as velhas mulheres, parecia fadada por uma estrela. Estrela, sem dúvida, contraditória. Porque, se cedo se evidenciou que a sua sorte seria diversa daquela a que a origem social o destinava, e a sua vida se afirmou, desde a infância, como conquista de espaços cada vez mais amplos, o seu tempo seria breve. Ao morrer, 47 anos depois, o adulto que foi esse menino diria, segundo testemunho do sobrinho, «tão pouco tempo...» Tempo breve mas intenso. Marcando a sua época. E a nossa ainda.
Falamos de Bento de Jesus Caraça, filho de trabalhadores rurais, nascido a 18 de Abril de 1901, em Vila Viçosa.
A morte tocou-lhe à nascença. Conta a irmã, mais nova, Filomena Caraça, que a mãe, aflita, vendo o menino a finar-se, correu à igreja a baptizá-lo, sem pensar sequer que nome pôr-lhe. Acudiu-lhe o padre, sugerindo Bento de Jesus. Mais tarde, Bento Caraça ironizará em resposta a uma crítica ao seu trabalho em O Diabo, jornal da frente intelectual mais radicalmente oposicionista e plataforma do movimento neo-realista. «Um articulista de Beja descobriu numa hora de ócio que há uma quase contradição entre o meu nome tão católico (sic) e o meu ingresso nas hostes diabólicas (re-sic). Que quer amigo? Fui baptizado à pressa e com um escasso mês de idade. Razões por que se julgaram dispensados de me consultar...»
Levado aos dois meses, pelos pais, para a Aldeia de Montoito, no Redondo, onde o pai é feitor da Herdade da Casa Branca, dá aí os primeiros passos e conhece, com pouco mais de 4 anos, as primeiras letras ensinadas por um trabalhador errante, desses que sazonalmente chegavam ao Alentejo, este trazendo, no pouco de seu, uma cartilha escolar. Impressionada com a inteligência do menino, a senhora da herdade, D. Jerónima, torna-se «sua protectora»: assim assinará as cartas e postais que lhe escreve, até morrer, para os diferentes lugares para onde o envia a aprender a ser diferente: um homem culto.
É neste percurso protegido que Bento Caraça passa pelo Liceu Sá da Bandeira, em Santarém, e, em 1915, se encontra no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, espaço de descoberta de amigos, como Luís Dias Amado, tornado quase irmão, e Carlos Botelho, pintor da cidade e dos seus entardeceres; espaço de encontro com o amor através de Maria Octávia, filha do professor de matemática, Adolfo Sena; e limiar... (continua aqui)
2015/06/22
Diego Rivera
Diego Rivera constitui com Siqueiros e Orozco o mais célebre grupo de muralistas do México. Nasceu em 1886, em Guanajuato, capital do Estado mexicano do mesmo nome e morreu na cidade do México em 1957. Fez parte com aqueles e outros artistas mexicanos do movimento revolucionário Mexicano iniciado em 1910.
A Revolução Mexicana teve como principais objectivos a reforma agrária com a distribuição de terras aos camponeses e a defesa e valorização da cultura indígena. “Tierra y Libertad” era o lema. Os movimentos revolucionários foram vencidos após vagas repressivas e o assassinato dos líderes camponeses Emiliano Zapata, em 1919 e Francisco ‘Pancho Villa’, em 1923.
O México foi o centro das atenções das Américas relativamente às artes plásticas durante as décadas de 1920 e 1930. Os pintores mexicanos, com particular destaque para os três referidos muralistas, criaram um movimento em prol da ‘arte revolucionária’, uma arte para o povo, daí os grandes murais nos edifícios públicos nos quais se recuperava a arte pré-colombiana das civilização Maia, Asteca, Inca a par da arte moderna que se desenvolvia na Europa onde Rivera estudou, pintou e conviveu com intelectuais e artistas dos mais destacados desse período como Picasso ou Juan Gris.
Rivera já muito famoso foi contratado para vários murais nos EUA depois de cancelada a proibição de entrada no país por ser comunista. Entre outras obras pintou um grande mural no Centro Rokefeller de NY a convite de John D. Rockefeller Jr. Este ao saber que no mural figuravam as imagens de Marx, Trotsky e particularmente destacada a de Lenine como representante de uma sociedade nova tentou convencer Rivera a apagar a figura de Lenine. Ante a recusa de Rivera este foi pago e despedido e a pintura tapada com um oleado e algum tempo mais tarde, em 1934, destruída. Rivera reproduzi-a depois com o título "O homem controla o Universo" no palácio de Belas Artes da cidade do México, com base na filmagem do mural de NY. O Mural em NY provocara uma campanha hostil da imprensa conservadora e manifestações de apoio de artistas norte-americanos.
A fonte principal é o livro de Andrea Kettenmann, biógrafa e grande conhecedora da obra de Rivera.
(Um clique amplia as imagens)
Diego Rivera e Frida Kahlo a artista com quem se casou 2 vezes. Foto, em cima, pintura em baixo
Nu com Jarros (Desnudo com Alcatraces) 1944
Retrato da Srª Dona Elena Flores de Carrillo, 1953

Cântico à Terra e aos que a Trabalham e Libertam. 1926/27 Nave e cúpula de antiga capela, Universidade Autónoma de Chapingo. Faz parte de um conjunto de murais de 14 paredes principais e 27 secundárias com 370,23 m2

A Conquista ou a Chegada de Hernán Cortés a Veracruz, (4,92x5,27m) 1951 - PalácioNacional Cidade do México
Representação de Lenine, pormenor do mural na imagem anterior
A América Pré-Hispânica, 1950, óleo em tela 70x90cm e capa do livro Canto General de Neruda

Sonho de uma Tarde de Domingo na Alameda Central, 1947/48, 4,8x15m Cidade do México
Pormenor do mural da imagem anterior.
2015/06/11
2015/06/09
"Mulher sem Qualidade" saiu. Só por cunha ou misericórdia terá entrado.
O assunto não é assim tão transcendente como aquele do Jesus, do Vieira, do Marco e do Carvalho mas como o vídeo foi interditado no Facebook e também ao que me dizem, no DN online, a bem da liberdade de expressão e para memória futura aqui fica.
A saída do programa da "mulher sem qualidade" foi o que de melhor restou da participação desta mulherzinha na Barca do Inferno onde entrou talvez por ser assim como ela é, bem de acordo com os tempos em que o país é governado por aquele "Homem sem Qualidade". A bem dizer 3 homenzinhos sem qualidade
A antiga jornalista e apresentadora questionava Isabel Moreira sobre os benefícios da descida da TSU proposta pelo PS. Da "Barca do Inferno", a estibordo, atirou-se à água e vaí daí a RTP não lhe lançou nenhum salva vidas. Deixou-a na água, molhada, a esbracejar. Nada que não mereça.
“Isto não é debate. Neste preciso momento abandono o programa. Já chega, é inacreditável o que aqui se passa.” Foi assim que Manuela Moura Guedes abandonou em directo o programa Barca do Inferno, esta segunda-feira, após uma troca intensa de argumentos com a deputada socialista Isabel Moreira. (Público online link):
"No programa da RTP Informação, a antiga jornalista da TVI questionava Isabel Moreira sobre como a descida da TSU proposta pelo PS “vai garantir emprego, crescimento, salários”. A deputada socialista defendeu que essa descida vai aumentar o consumo, argumento que Manuela Moura Guedes não aceitou e insistiu em pedir uma resposta mais concreta.
Foi neste momento que o debate subiu de tom, com a comentadora residente do programa a exigir ao humorista Nilton, que apresenta o programa, a sua intervenção para conseguir uma resposta. “Já fizeste a pergunta e ela [Isabel Moreira] já respondeu”, ripostou o apresentador, relembrando Manuela Moura Guedes que estavam “em directo” e exigindo “alguma boa educação”. Nilton frisou que a antiga jornalista da TVI não poderia “monopolizar o programa”.Moura Guedes anunciou a decisão de abandonar o programa poucos segundos depois, pedindo “imensa desculpa aos espectadores”, e lembrou que quando existe um debate “pergunta-se e as pessoas respondem, não viram a cara para o lado”, em resposta à reacção de Isabel Moreira à sua pergunta.
A situação causou alguma surpresa nas restantes comentadoras —além de Isabel Moreira, Raquel Varela e Sofia Vala Rocha — e, após a saída de Moura Guedes, Nilton fez referência à situação que levou Santana Lopes a abandonar uma entrevista na SIC Notícias depois de ser interrompido por um directo da chegada de José Mourinho a Lisboa. “Um momento Pedro Santana Lopes na Barca do Inferno”, disse o humorista.
Isabel Moreira reagiu a esta saída no seu Facebook, referindo que “as participantes no programa não são iguais, há quem se prepare e há quem debata”. Considerou a saída de Manuela Moura Guedes como tardia e um “desrespeito total pelo público”. A deputada socialista elogiou ainda a intervenção de Nilton no debate, que “fez o seu papel de forma exemplar”.
Esta não foi a primeira vez que existiu uma saída do programa, apesar de não ter sido um abandono em directo. Marta Gautier, uma das comentadoras iniciais da Barca do Inferno, saiu após o primeiro episódio por “falta de química” com as restantes comentadoras, referiu na ocasião José Manuel Portugal, então director de informação da RTP. Marta Gautier recebeu algumas críticas, nomeadamente da parte de Manuela Moura Guedes, por se ter apresentado mal preparada para debater as questões da actualidade, em especial o mau funcionamento da plataforma Citius, o tema em discussão nesse momento.
Texto editado por Tiago Luz Pedro
2015/05/31
Pedro Baptista e o seu 2º livro de Memórias

Não foi necessário perguntar onde é que o Pedro Batista ia fazer o lançamento do seu segundo livro de memórias. Logo à entrada do átrio uma banca com resmas do seu livro que a Afrontamento editara dizia-me que a cerimónia seria ali mesmo, no átrio grande do grande edifício da Câmara onde tanta cadeira me pareceu excessivo. Afinal não chegaram pois mal eu me distraíra a observar os cantos da casa uma multidão de amigos e curiosos disputavam os assentos. Este 2º livro de memórias é uma reflexão sobre o caminho que o Pedro fez de braço dado com Portugal nestes últimos 40 anos.
O Pedro depois dos abraços e dos desvelos com que rodeou a minha chegada: se tinha chegado bem, que depois me levaria ao hotel, mas antes disso teríamos o jantar com um largo grupo de amigos, correligionários e não correligionários, revolucionários e não revolucionários, gente dos partidos e outros perdidos pelos partidos.

Convivemos lado o lado no mesmo gabinete durante quatro anos, 1965 a 1999, como deputados na bancada do PS, depois da saga da Plataforma de Esquerda e do acordo com o partido de Jorge Sampaio e a seguir de António Guterres. Só isso pode explicar aqueles 300 kms para saudar o autor e antigo patrão do Grito do Povo e da OCMLP tudo coisas com que sempre embirrei.
Ele largou-me logo para atender uma chusma de admiradores e admiradores e garatujar umas palavras de simpatia ou louvor, o costume, nos livros que cada um ostentava como um troféu, o que me levou de imediato a olhar bem à volta para ver se descobria alguma coisa de que pudesse dizer mal. Da Câmara, da cidade, dos amigos do Pedro ou dele próprio.
Chegou então o Presidente da Câmara que foi o primeiro a discursar e fez tantos elogios ao Pedro Baptista que eu no fim até lhe disse que me pareciam elogios a mais. Falou em seguida José Manuel Lopes Cordeiro historiador da Universidade do Minho, em seguido o coronel Sousa e Catro, capitão de Abril e por fim Francisco de Assis, do PS e deputado do Parlamento Europeu mas ali, na qualidade de velho amigo do seu amigo. Apresentando o autor e os intervenientes estava José Sousa Ribeiro das Edições Afrontamento.
Dos discursos - influenciado pela comunicação social actual - não vou referir o que de substancial foi dito sobre a História de Portugal e sobre o livro que analisa esta, ao sabor do que o Pedro e a sua OCMLP, foram fazendo para tornar a vida dos Portugueses num inferno, convencidos que os encaminhavam para o paraíso. O que vou relatar são os anexins e destes lembro-me apenas de o Sousa Castro dizer de Rui Moreira que afinal visto assim ao perto, era mais alto do que ele imaginara ao vê-lo pela televisões. Deu gargalhada geral, é claro.
O Pedro Baptista, quando à 6ª feira se despedia dos colegas, na AR, dizia sem receio do despautério: até 2ªf, que "agora vou para Portugal", quando afinal ia apenas para o Porto... Por isso não me fica bem dizer aqui, ao pé dele, que o Porto está lindo, impressionado que fiquei com o belo passeio que demos e com outros amigos seus, dos tempos OMLP, pela Esplanada do Castelo e pelo Passeio Alegre.
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Da contracapa do livro
2015/05/27
2015/05/10
Georgia O' Keeffe e suas telas
«Georgia Totto O'Keeffe (Sun Prairie, Wisconsin, 15-11-1887 – Santa Fé, Novo México, 6 -3 -1986) Estudou pintura no Art Institut of Chicago e mais tarde na Universidade de Columbia em Nova Iorque. Enquadrada na pintura modernista tem telas onde pinta os sedutores arranha-céus que nos finais do século XIX encantaram também outras pintoras como Tamara de Lempika. Em 1916 conheceu o fotógrafo Alfred Stieglitz. Casariam em 1924 e Georgia começou por expor no seu atelier de Nova Iorque.
«As suas telas de paisagens e flores foram muito apreciadas a partir de 1928. Georgia é considerada uma das pintoras norte-americanas de maior sucesso do século XX.»
Isto é o q eu está ali na Wikipédia. E acrescento uma pitada de sal. Dizem que O-Keeffe e Stieglitz, ele fotógrafo e também famoso, se deixaram levar por uma paixão de subir aos céus e que ele lhe fotografou o corpo centímetro a centímetro.
Entretanto quem goste de pintura pode comprar por 5€ e picos um livrinho sobre esta pintora muito famosa nos EUA no passado século, com muitas imagens, numa dessas vendas de livros do Metro .
Recomenda-se uma visita aqui : http://www.georgiaokeeffe.net/paintings.jsp
«As suas telas de paisagens e flores foram muito apreciadas a partir de 1928. Georgia é considerada uma das pintoras norte-americanas de maior sucesso do século XX.»
Isto é o q eu está ali na Wikipédia. E acrescento uma pitada de sal. Dizem que O-Keeffe e Stieglitz, ele fotógrafo e também famoso, se deixaram levar por uma paixão de subir aos céus e que ele lhe fotografou o corpo centímetro a centímetro.
Entretanto quem goste de pintura pode comprar por 5€ e picos um livrinho sobre esta pintora muito famosa nos EUA no passado século, com muitas imagens, numa dessas vendas de livros do Metro .
Recomenda-se uma visita aqui : http://www.georgiaokeeffe.net/paintings.jsp
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