2011/12/20

A Morte saiu à rua num dia assim



José Dias Coelho, escultor, e militante clandestino do PCP, tinha 38 anos, quando foi assassinado a tiro, pela PIDE, fez hoje 50 anos, numa rua da zona do Calvário, em Lisboa e que hoje leva o seu nome.
O local fica muito próximo da Rua da Indústria, onde aluguei um quarto que foi, durante dois meses, a minha primeira residência na clandestinidade.

“Eram oito horas da noite, de 19 de Dezembro de 1961. José Dias Coelho, funcionário clandestino do PCP, seguia pela Rua dos Lusíadas. Cinco agentes da PIDE saltaram de um automóvel, perseguiram-no, cercaram-no e dispararam dois tiros. Um tiro à queima-roupa, em pleno peito, deitou-o por terra; o outro foi disparado com ele já no chão. Os assassinos meteram-no num carro e partiram a toda a velocidade. Só duas horas depois, quando estava a expirar, o entregaram no Hospital da CUF. «De todas as sementes deitadas à terra, é o sangue derramado pelos mártires que faz levantar as mais copiosas searas»: eis a legenda que José Dias Coelho dera à sua última gravura, criada um mês antes de ser assassinado, e representando o assassínio do operário Cândido Martins Capilé à frente de uma manifestação popular”.

Dias Coelho era companheiro da Margarida Tengarinha, e é o pai da Teresa e da Guida que conheci ainda umas jovenzinhas e que, sei, não desmerecem da vida exemplar desse homem bom, corajoso e herói do povo português.

2 comentários:

folha seca disse...

Caro Raimundo Narciso
Nunca é demais recordar os nossos heróis.
Permite-me agradecer o papel que tens tido na divulgação dessas mesmas memórias.
Abraço
Rodrigo

Maria de Vasconcelos disse...

Que se avivem as MEMÓRIAS.
Bem haja!