O Movimento Cívico Não Apaguem a Memória , de que o homenageado é sócio fundador e sócio honorário, fez-se representar por uma delegação dos seus órgãos sociais composta por Eurico Reis, José Hipólito dos Santos, Lúcia Esaguy Simões, Helena Pato, Artur Pinto, Crisóstomo Teixeira, Irene Pimentel e o autor deste post.
“… Uma imensa plateia de mais de trezentas pessoas, não só de católicos e ex-católicos activistas desde os anos 60, mas também de muitos outros compagnons de route que, ao longo de mais de cinco décadas, se habituaram a ver na pessoa do Nuno o grande impulsionador de um sem número de actividades, políticas e cívicas, e que aderiram a uma iniciativa anunciada através da internet, sem envolvimento de organizações (juntaram-se depois e estiveram ontem presentes) e organizada por um pequeníssimo grupo de amigos.
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"Ao lançarmos a sessão, - diz Joana Lopes - utilizámos a palavra «homenagem» na convocatória e o Nuno não gostou: telefonou-me três dias antes, desagradado por só então se ter apercebido de que seria o centro das atenções. Disse-lhe então o que ontem repeti: que estávamos ali para nos «homenagearmos» também, num reencontro para celebrarmos um passado de que nos orgulhamos e que, de uma maneira ou de outra, ele nos ajudou a construir. E que a nossa presença naquela sala era a prova daquilo que, certamente, ele mais gostaria de ouvir: que ainda não baixámos os braços.
"O Nuno encerrou a sessão, com a limpidez e a frontalidade habituais, quase lendárias:
«Estou velho, estou a chegar aos 90 anos. Há órgãos que me estão a falhar. Um deles é a memória, que se está a desfazer como pó, o que me causa um certo sofrimento. Além da perda da visão. Mas estou muito contente, porque esta sessão, tendo sido anunciada como de homenagem à minha pessoa, e não deixando de o ser, fez também justiça a todos aqueles que conhecemos e lutaram naqueles anos difíceis.»
Da notícia do Expresso online:
“O cidadão[ Nuno Teotónio Pereira] não quis apenas evocar o passado:
"Apelo a todos para que, em conjunto ou individualmente, façam o que for necessário, mesmo com risco, para acabar com situações de clamorosa desumanidade que existem no nosso país, muitas vezes mesmo ao nosso lado".
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Jorge Sampaio: "A modéstia dos que são verdadeiramente grandes"
Nuno Teotónio Pereira, Jorge Sampaio, João Cravinho
"O ex-Presidente da República Jorge Sampaio foi o principal orador. Dirigindo-se ao "cidadão", destacou entre as suas muitas qualidades a "modéstia dos que são verdadeiramente grandes". Falando de improviso mas a partir de notas que preparara, Sampaio sublinhou ainda "a independência do seu percurso", a ponto de considerar que Nuno Teotónio Pereira "não é apropriável por ninguém".
"O ex-presidente da Câmara de Lisboa agradeceu ao arquiteto o quanto lhe ensinou sobre a capital. Da sua vasta obra, que inclui três prémios Valmor, Sampaio destacou a igreja de Almada, o bairro de Olivais Norte e o edifício "Franjinhas" na Rua Braancamp - além, claro está, da igreja que serviu de cenário à homenagem e a que se juntaram numerosos católicos, entre os quais os padres Bento Domingues e Jardim Gonçalves.
"No plano político, Sampaio não pôde deixar de evocar o dia 26 de Abril de 1974, quando Nuno Teotónio Pereira foi um dos numerosos presos políticos que foram finalmente libertados da prisão de Caxias. "O Nuno permaneceu sempre a mesma pessoa através de décadas, nos mesmos valores, nos mesmos princípios", afirmou Jorge Sampaio, chamando a atenção para a sua "constância e intemporalidade".
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Nota: Dificuldades técnicas atrasaram dois dias a publicação deste post.
2 comentários:
Que bonita homenagem. O Nuno merece tudo. Tenho pena de não ter estado mas vivo no Porto e não era fácil.
António M. Rodrigues
traidor da nação !
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