Miguel Hernández é um grande poeta de Espanha. Nasceu em Orihuela, um pequeno povoado levantino em 30 de octubre de 1910 e morreu em 1942 com 31 anos de idade. O pai contrariava a leitura não o deixou continuar os estudos e pô-lo a pastorear o rebanho de cabras da família. É um autodidata e a sua poesia inicialmente pouco interessante começa a ganhar asas no final dos anos 20 a ponto de se tornar um dos grandes poetas do país vizinho. Ofereceu-se para o exército republicano que combatia o golpe fascista e as tropas de Franco e nas trincheiras escreveu o belíssimo poema de amor reproduzido abaixo dedicado a Josefina Manresa com quem casara, em Março de 1937 e ao filho anunciado e cantado (1976) por Adolfo Cedrán, (video) ele também um lutador antifranquista (N.:1943). Derrotada a República, Miguel Hernandez tentou escapar aos assassínios em massa dos franquistas e fugiu para Portugal mas Salazar entregou-o piedosamente a Franco que o condenou à morte. Esta condenação foi depois comutada porque Franco receou outra campanha internacional de denúncia do fascismo franquista como a que ocorria em consequência do assassinato de Garcia Lorca. Os franquistas preferiram deixá-lo morrer na prisão não lhe dando cuidados médicos e deixando que a tuberculose substituisse o fusilamento.
CANCION DEL ESPOSO SOLDADO
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He poblado tu vientre de amor y sementera,
he prolongado el eco de sangre a que respondo
y espero sobre el surco como el arado espera:
he llegado hasta el fondo.
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Morena de altas torres, alta luz y ojos altos,
esposa de, mi piel, gran trago de mi vida,
tus pechos locos crecen hacia mi dando saltos
de cierva concebida.
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Ya me parece que eres un cristal delicado,
temo que te me rompas al más leve tropiezo,
y a reforzar tus venas con mi piel de soldado
fuera como el cerezo.
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Espejo de mi carne, sustento de mis alas,
te doy vida en la muerte que me dan y no tomo.
Mujer, mujer, te quiero cercado por las balas,
ansiado por el plomo.
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Sobre los ataúdes feroces en acecho,
sobre los mismos muertos sin remedio y sin fosa
te quiero, y te quisiera besar con todo el pecho
hasta en el polvo, esposa.
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Cuando junto a los campos de combate te piensa
mi frente que no enfría ni aplaca tu figura,
te acercas hacia mi como una boca inmensa
de hambrienta dentadura.
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Escríbeme a la lucha siénteme en la trinchera:
aquí con el fusil tu nombre evoco y fijo.
y defiendo tu vientre de pobre que me espera,
y defiendo tu hijo.
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Nacerá nuestro hijo con el puño cerrado,
envuelto en un clamor de victoria y guitarras,
y dejaré a tu puerta mi vida de soldado
sin colmillos ni garras. ,
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Es preciso matar para seguir viviendo.
Un día iré a la sombra de tu pelo lejano.
Y dormiré en la sábana de almidón y de estruendo
cosida por tu mano.
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Tus piernas implacables al parto van derechas,
y tu implacable boca de labios indomables,
y ante mi soledad de explosiones y brechas,
recorres un camino de besos implacables.
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Para el hijo será la paz que estoy forjando.
Y al fin en un océano de irremediables huesos
tu corazón y el mío naufragarán, quedando
una mujer y un hombre gastados por los besos.
Toda a poesia de Miguel Hernandez: [aqui]
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" En la primavera de 1939, ante la desbandada general del frente republicano, Miguel Hernández intenta cruzar la frontera portuguesa y es devuelto a las autoridades españolas. Así comienza su larga peregrinación por cárceles: Sevilla, Madrid. Difícil imaginarnos la vida en las prisiones en los meses posteriores a la guerra. Inesperadamente, a mediados de septiembre de 1939, es puesto en libertad. Fatídicamente, arrastrado por el amor a los suyos, se dirige a Orihuela, donde es encarcelado de nuevo en el seminario de San Miguel, convertido en prisión. El poeta -como dice lleno de amargura- sigue "haciendo turismo" por las cárceles de Madrid, Ocaña, Alicante, hasta que en su indefenso organismo se declara una "tuberculosis pulmonar aguda" que se extiende a ambos pulmones."
[Link]
2 comentários:
Há uma fotografia de Miguel Hernandez com a família aqui:
http://carmemarirosi.wordpress.com/2009/03/17/685/miguel-hernandez-y-familia-724004/
1° de Maio Dia do Trabalhador
1°de Maio de tanto trabalhador...
trabalhador e de trabalho negado
1° de Maio de sangue e de suor
pelo pão sempre contado
1° de Maio de Alentejos de searas
Marinhas Grandes de batalhas contra os Párias
desse Maio que vai de Norte a Sul
nesse negrume que cobre o céu azul
1° de Maio de ceifeiras, pescadores
dos operários de cansaço e dissabores
1° de Maio para o povo português
que se desperta vai ser Maio cada mês
1° de Maio quando a mesa do ricaço
ostenta o luxo que é fruto do teu cansaço
1° de Maio que renasce cada ano
entre promessas e mentiras e engano
1° de Maio é tempo de despertar
o pão que é teu e que falta amadurar
1° de Maio de colheitas por fazer
do teu suor que não pára de correr
outros festejam entre risos, rendas vinho
faltas herdadas desde há muito em teu caminho
hoje é o dia de te ergueres contra a desgraça
que é bem maior do que o medo e a ameaça
Hoje é o Maio de sangue de Catarina
de ondas de sal que inundaram a campina
e desse mar de labutas luto e dores
triste quinhão da vida dos pescadores
Hoje é o Maio dos artistas operários
que erguem o mundo contra ventos que contrários
levam as casas e lhes deixam por abrigo
casas ao vento onde o mês é inimigo
de longos dias a contar o mês sem fim
enquanto ricos vivem sempre no festim!
Pois se hoje é Maio vamos todos despertar
todos nós temos o direito de sonhar
porque o trabalho foi regado com suor
todos fraternos renegamos o agressor!
Marília Gonçalves
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