À procura de outro papel encontrei este que aqui ao lado vos mostro. É um bilhete de 10 dólares, preço que podereis confirmar aguçando a vista, para ir lá acima, ao Empire State Building, observar a urbe. Desde há um ano que o Empire State Building, com a tragédia das Twin Towers, voltara a ser o edifício mais alto da grande metrópole.
Cá em baixo não se notava muito mas quando cheguei ao terraço e alonguei a vista para ver o espectáculo de NY a meus pés foi um choque. Estava um nevoeiro serradíssimo que não deixava ver um palmo à frente do nariz. A minha decepção foi grande mas sem companhia com que desabafasse não exteriorizei o que me ia na alma. No entanto, acompanhada do namorado ou do marido, a jovem ao meu lado, não se conteve e forte da impunidade que lhe dava a barreira da língua de Camões em terra de Yankees despejou, do cimo do Empire State Building, toda a sua frustração. "Filho da p... do nevoeiro, c... f... isto tudo, perdemos tempo e dinheiro e olhava para o rapaz à espera de consolação." Eh lá! Balbuciei mas só com o olhar. Quando regressámos ao rés-do-chão passados poucos minutos observei: vejo que são portugueses. E de gema. A moça fez uma cara de pânico, mas o rapaz informou-me simpaticamente: estamos cá a trabalhar, somos emigrantes, somos do Norte. Isso eu percebera pelo léxico da moçoila. Boa sorte e até à vista devo ter dito ou algo semelhante.
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