2005/05/29

Cessa "direito de matar" mulher

A revolução de 25 de Abril de 1974 ao liquidar o regime fascista liquidou um mundo brutal e antigo, eivado de fundamentalismos católicos que nos lembra o actual fundamentalismo islâmico. Acabou por exemplo com o "direito" que o marido tinha de matar a mulher em caso de adultério.
Adelino Gomes na coluna "30 Anos de PREC", no Público de 27 de Maio de 2005, lembra notícias de há 30 anos, em pleno período revolucionário, em 1975:
"Entrou em vigor a lei do divórcio. No mesmo Diário do Governo é publicado o decreto-lei que revoga o artigo 272º do Código Penal... Na verdade a lei portuguesa estabelecia até agora, uma pena de desterro para fora da comarca, por seis meses, ao homem casado que, achando a sua mulher em adultério, a matasse a ela ou ao adúltero, ou a ambos, ou lhes fizesse qualquer ofensa grave."
Matou a mulher? O amante da mulher? Os dois? Então vai ter de ir a banhos. Vai ter de ir viver seis meses para fora da comarca.
E a Igreja? Amparava o regime do seu catolicíssimo protector Salazar. Amaldiçoava e amaldiçoa o aborto. Defendia a virtude. Abençoava.