2013/05/08

Herói israelita ou herói palestiniano? Ainda que involuntário.

O soldado israelita Gilad Shalit (que também tem a nacionalidade francesa) foi aprisionado pelos palestinianos em 2006 e libertado 5 anos depois, após difíceis negociações e por troca de 1.027 palestinianos prisioneiros em Israel. Hoje é um herói nacional israelita, recebido e incensado pelas mais altas autoridades.
A Israel fazia jeito mais um mito contra os palestinos e criaram um herói.
Agora, após um entrevista a Gilad Shalit, o jornalista do israelense Haaretz, Ben Capit, revela-nos a história, perfeitamente conhecida pelas autoridades de Israel mas desconhecida da população, a história, bem humana, de Gilad Shalit mas sem sombra de heroismo.
Em 25 de Junho de 2006 dois palestinianos do Hamas atravessaram a fronteira de Gaza com Israel através de um túnel e atacaram um carro de combate israelita em Kerem Shalom. O tenente e o sargento receosos da explosão do tank saltaram para o chão e chamaram o soldado Gilad que, naturalmente atemorizado não se mexeu. Teve sorte, os seus camaradas foram mortos de seguida. Pouco depois os palestinos atiraram duas granadas para dentro do tank mas Gilad tinha a sorte do seu lado apenas ficou ligeiramente ferido e saiu colocando no chão a metralhadora M-16. Foi aprisionado. 
Dizem os militares que se em vez de se manter encolhido dentro do tank tivesse subido até à metralhadora do tank, internamente e invisivel de fora, e a tivesse usado após os tiros que atingiram os seus camaradas o resultado teria sido diferente.
O soldado Gilad não se portou como herói nem sequer como um combatente motivado. Jovenzito, 20 anos, metido naquelas alhadas da infinita guerra israelo-palestiniana, com fanáticos terroristas nos dois campos, tentou salvar a vida encolhendo-se. Como soldado que vê os seus camaradas serem abatidos, tendo à mão a arma potentíssima do tank Merkava de 65 toneladas é um comportamento decepcionante. Pode-se aceitar dadas as circunstâncias mas é tudo menos heroísmo.
A sua troca por mais de mil prisioneiros palestinianos tornam-no um herói mas... do Hamas. Ainda que involuntário. Por mim, dadas as circunstâncias,
está desculpado.

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